A ONG Justiça nos Trilhos realizou durante a semana na UFMA - campus Imperatriz o seminário com o tema Carajás 30 anos: projetos de desenvolvimento, resistência e mobilizações na Amazônia Oriental, para apresentar as propostas que serão discutidas no evento maior, que irá acontecer em São Luís em maio de 2014 e, em Imperatriz em outubro de 2013 nos dias 09, 10 e 11.
A ideia do projeto surgiu a partir da necessidade de um levantamento de estudos locais, a respeito dos impactos que comunidades às margens da ferrovia Carajás e também de outros grupos que vêm sofrendo com o avanço das grandes corporações.
Para o professor e sociólogo da UFMA, Horácio Antunes, o projeto visa promover o diálogo entre a produção acadêmica a respeito da região da Amazônia Oriental com os movimentos sociais que estão localizados nessa região. “O seminário Carajás 30 anos tem como intuito fazer um levantamento critico desse processo de 30 anos de grandes projetos de desenvolvimento da Amazônia Oriental, suas consequências, seus impactos sociais e ambientais, fazendo uma revisão desse processo a partir de uma articulação entre produção de conhecimento acadêmico e a produção de conhecimento realizado dentro dos movimentos sociais”, explica.
Esse seminário pretende avaliar de forma crítica os processos sociais, econômicos e culturais desencadeados pelo Programa Grande Carajás. O público alvo desse evento são pesquisadores, professores, militantes de movimentos sociais, alunos veiculados a curso de graduação e ao público em geral.
Os meses que antecedem o início do seminário, em maio de 2014, serão precedidos com palestras locais, que envolverão regiões e territórios a serem realizados em Belém, Marabá, Imperatriz e Santa Inês.
O seminário Carajás 30 anos é um evento que culminará em quatro dias de programação em São Luís e a ideia é que tenha um encontro preparatório em algumas cidades do Maranhão e Pará. A cidade de Imperatriz foi escolhida como primeira parada e o campus da UFMA foi sede da reunião. Para a coordenadora da comissão de divulgação, Larissa Santos, “a Justiça nos Trilhos já tem parcerias na cidade e o objetivo é avaliar essa temática do seminário maior que é a discussão e reflexão dos 30 anos do programa Grande Carajás, compartilhar experiências de movimentos sociais, comunidades impactadas por esse programa, já que a gente está em uma cidade polo que ao redor tem muitos grandes projetos de empreendimento, onde pessoas são impactadas e trazer essas pessoas pra academia, compartilhando juntamente com as pesquisas dos acadêmicos. Então, tirar encaminhamentos desse seminário e levar pro seminário maior que vai acontecer em São Luís”.
Justiça nos Trilhos
A ONG surgiu como uma campanha no final de 2007, pela iniciativa dos Missionários Combonianos. Com a adesão de outros grupos e organizações a rede assumiu a necessidade da defesa do meio ambiente e as populações ameaçadas pelo avanço de grandes corporações, especialmente aquelas situadas às margens da Estrada de Ferro Carajás; e os danos causados aos povos indígenas e aos trabalhadores vítimas de exploração. Atualmente, a rede conta com uma equipe que trabalha ativamente em parceria com diversas instituições e tem reconhecimento internacional. (ASCOM/UFMA)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14712
Rede Justiça nos trilhos realiza seminário na UFMA
A proposta é criar uma carta para assegurar os direitos dos grupos atingidos
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