Destroços do prédio que foi tomado pelo fogo no mês passado
Equipamento trabalhando na demolição

Hemerson Pinto

Faltam elementos que há até 15 dias compunham o cenário do cruzamento da Avenida Ceará com a Rua Urbano Santos. O prédio amarelo com uma faixa vertical vermelha chamou atenção durante alguns anos naquela esquina no bairro Juçara. Na noite de 18 de junho de 2015, o fogo destruiu toda a loja de peças para bicicletas, levou junto o último andar do prédio vizinho onde funcionava o depósito de outra empresa e outro andar de um prédio residencial localizado ao lado direito.
De longe a fumaça era vista e atraiu centenas de pessoas com a mesma velocidade que a notícia era divulgada nas redes sociais, aplicativos de mensagens, blogs e sites de notícias. Emissoras de rádio chegaram a informar o sinistro em tempo real. Sirenes de Bombeiros, Polícia Militar e caminhões pipas de empresas particulares foram chamados para ajudar a socorrer. As chamas não acabavam e cada vez mais eram alimentadas pela vasta quantidade de material de fácil combustão.
Era noite, mas a batalha entrou pela madrugada. Ao amanhecer do dia 19, a fumaça ainda era vista de longe e o cheiro de borracha queimada era levado pelo vento para vários pontos da cidade. Assim, quem não ficou sabendo do incêndio histórico na noite anterior foi surpreendido pela notícia e não resistia a uma ida até o local para ver o que havia sobrado.
Transtorno. Foi o que sobrou. Para o proprietário da loja onde o fogo iniciou, prejuízos que somam milhões em reais. Vizinhos de empresas que não foram atingidas pelas chamas tiveram quase uma semana de queda nas vendas, atribuída à interdição de um quarteirão da Avenida Ceará. Os outros dois imóveis alcançados pelo fogo também ficaram interditados para o trabalho da perícia e para os donos e locatários verificarem o que podia ser aproveitado. 
Na mesma noite do incêndio, a Superintendência da Defesa Civil entrou em ação, que durou 15 dias. Na tarde da última sexta-feira, o superintendente Francisco das Chagas ainda se reunia com uma equipe do órgão no local da tragédia. Um guincho trabalhava nos últimos metros a serem demolidos, pelo menos até o momento.
O prédio da Pedal Leve precisou ser colocado abaixo, demolição que foi iniciada há uma semana. Os dois andares de prédios vizinhos, citados no início da reportagem, também foram derrubados, pouco a pouco. Para os vizinhos, o cheiro de queimado continua. O transtorno é ainda maior pelos dias em que, principalmente a Rua Urbano Santos, ficou interdita, com tráfego aberto apenas para moradores das residências que não precisaram ser desocupadas e para caminhões e máquinas pesadas que foram usados no processo.
“Os transtornos vão permanecer até tudo ser resolvido. Nosso trabalho praticamente foi concluído aqui, depois de 15 dias, onde ficamos disponíveis dos inícios das manhãs até altas horas da noite. Nossa obrigação. Em sete anos de gestão (à frente da Defesa Civil) foi o caso mais complexo, exausto, que exigiu esforço físico e mental. Adquirimos experiência, mas diante de uma realidade que não torcemos para enfrentar novamente”, declarou o superintende da Defesa Civil, Francisco das Chagas.