Hemerson Pinto
A audiência pública que chegou a ser considerada desnecessária por um dos legisladores foi marcada pelo debate entre moradores do povoado Mãozinha, vereadores e convidados, como a Promotoria de Meio Ambiente e representantes da empresa responsável pela incineração de resíduos hospitalares na região da Lagoa Verde.
A queima desses resíduos é que estaria provocando danos ambientais, segundo moradores do povoado, e atingindo diretamente a saúde de várias pessoas. “Todas as incineradoras fechadas no mundo foram fechadas porque estavam provocando problemas de saúde nas pessoas. Problemas na pele, respiratório, cardíacos e nervosos. Temos pessoas doentes no nosso povoado e é devido aos gases lançados no ar por esse incinerador”, afirma um dos moradores, Idalecio Gigante.
A moradora Mirian Pereira também acredita que o funcionamento da empresa está causando sérios problemas de saúde em pessoas que moram na área próxima à incineração e até em locais mais afastados. “A empresa está em local proibido, instalado em setor residencial”, comenta. Mirian afirmou que árvores como mangueiras e limoeiros deixaram de produzir frutos desde o funcionamento da empresa.
Para o promotor do Meio Ambiente, Jadilson Cerqueira, “foi um debate importante para acabar de vez com esse tipo de acusação. Parece mais uma questão pessoal de pessoas que se dizem líderes da comunidade, e isso aqui foi comprovado”, disse, munido com seis volumes de documentos que, segundo ele, garantem que a poluição atmosférica apontada pelos moradores não foi comprovada.
“O Ministério Público trouxe um processo extenso com várias inspeções pessoais de órgãos de fiscalização como a Superintendência de Vigilância Sanitária do Estado, da Sepluma, relatório de visitas técnicas da promotoria e dos próprios vereadores. Dois testes de queima feitos pela própria empresa, dando conta de que não há comprovação de poluição atmosférica”, complementa o promotor, afirmando a continuação da investigação até a realização de uma perícia pública e esclareça melhor os fatos.
O vereador Marco Aurélio declarou que não é suficiente uma avaliação do ar naquela região, por testes de queima encomendados pela própria empresa. “A própria empresa contratando a gente não percebe uma isenção. A gente entende que o poder público que tem de contratar para atestar se está ou não prejudicando a população”, orienta o vereador.
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