Professor Marcelo Francisco da Silva, mestre em recursos hídricos

Elson Araújo
Colaborador 

Amostras começaram a ser coletadas por técnicos e pesquisadores da Uemasul para aferir a qualidade da água do rio Tocantins, da montante da Praia do  Cacau, à Jusante do lançamento da base da Suzano Celulose, no povoado Embiral, num raio de 18 quilômetros que, segundo  o professor Marcelo Francisco da Silva, compreende a zona urbana de Imperatriz.
Jusante e montante são lugares referenciais de um rio pela visão de um observador. Jusante é o fluxo normal da água, de um ponto mais alto para um ponto mais baixo. Montante é a direção de um ponto mais baixo para o mais alto. A jusante é o lado para onde se dirige a corrente de água e montante é a parte onde nasce o rio. 
Mestre em recursos hídricos, o professor Marcelo Francisco coordena os trabalhos  de análise da qualidade  da água do rio Tocantins em Imperatriz.  O  trabalho tem o apoio de técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Ibama, Marinha e Conselho  Municipal do Meio Ambiente. O levantamento, informa  o professor Marcelo, é resultado de uma recomendação feita pelo  Ministério Público Federal-MPF ainda ano passado e que ainda não tinha sido feita pela falta de  reagentes. 
Os resultados do estudo, ainda preliminares, são preocupantes  alertou  o  vice-reitor da Uemasul,  o biólogo Expedito Barroso, ontem,  numa rede social.  Segundo o professor, o Ph (potencial hidrogeniônico) da água na calha do rio nas imediações do  Embiral  já aparece  com  4,5 de acidez, o que significa  um sinal vermelho para impropriedade do consumo de  água,  e  uma ameaça para a vida dos organismos que vivem naquele setor.
O coordenador desse estudo técnico/científico Marcelo Francisco declarou à reportagem  que  os resultados preliminares  das amostras coletadas   em pelo menos dez pontos distintos  do rio, ao longo da zona mapeada,  embora preocupantes, ainda não são conclusivos.   "Para ser  considerada imprópria, apesar do índice citado pelo professor Expedito, é necessária a  avaliação de outros parâmetros, como os índices de coliformes, que ainda estão sendo analisados", explicou.
Nos  próximos meses, declarou o professor Marcelo,  o mapeamento do estudo realizado será disponibilizado, não só para  o Ministério Público Federal, mas para quem tiver interesse.  
"Como  já disse,  por enquanto  nós dispomos dos resultados dos parâmetros medidos em campo. As análises laboratoriais, físico/químicos de planctos e bacteriológica, serão realizadas ao longo das próximas semanas. Assim, poderemos fechar a caracterização das condições ambientais do trecho urbano do nosso rio", disse o professor, ressaltando que pode se dizer, antecipadamente, que a situação é preocupante. 
Marcelo Francisco informou ainda que não foi a primeira vez que  coletou amostras das águas do rio Tocantins para análises, mas essa é primeira campanha sistematizada com o objetivo de caracterizar a condição ambiental do trecho do rio que banha Imperatriz.