Por Hatus Wallison N. Fernandes

Desde que a humanidade começou a se reunir em sociedade, houve a necessidade de organização social através de entendimento ético e moral.
Ao longo do tempo essa sociedade evoluiu até criar normas verbais e escritas.
Na atualidade isso se demonstra através do tripé clássico, a saber: Política, Religião e Economia.
É consenso que esses institutos, via de regra, são essenciais para a convivência social.
Contudo, dentre esses elementos o mais importante é sem dúvida a Política. Este além de determinar o destino da sociedade, pode limitar os outros institutos.
No modelo clássico da política desenhada por Aristóteles na Grécia antiga, e mais tarde delineada pelo o Barão de Montesquieu, foi estabelecido o Estado, o qual iria reger a sociedade.
Esse Estado é dividido com três poderes, sendo o poder Executivo, Legislativo e Judiciário.
Quando o nobre Barão conceituou cada poder, ele afirmou que estes deveriam ser independentes e harmônicos entre si. Pois só poder limita poder.
Porém, na gênesis desse modelo, para dar certo, o seu criador considerava uma proporção de aproximadamente de 5% de pessoas corruptas exercendo tais poderes. Visto que, do contrário, era fadado ao fracasso.
O Brasil, como a maioria dos países civilizados adquiriu esse padrão de Estado. Entretanto, isso não vem dando certo no país, posto que, a proporção de corruptos são de dimensões colossais. Destaca-se, ainda, que no Brasil não são corruptos, mais sim de pessoas altamente corruptas.
Para exemplificarmos como funciona a politica no Brasil, façamos uma analogia.
Veja-se.
“Imagine um viciado em drogas ilícitas. Ele é independente, todavia sempre pede dinheiro para a sua mãe quando a droga acaba. O traficante, que vende a droga ao viciado, às vezes vende fiado para ele, pois sabe que a sua mãe vai dar o dinheiro. A mãe por sua vez, sofre muito com a situação do filho, no entanto, ela afirma que não tem jeito, pois seu filho já está viciado, e se não fornecer o dinheiro o menino pode até morrer.”
Traduzindo essa situação para a realidade política.
Vejamos.
“O traficante é o Estado, o qual fornece o dinheiro/droga para o político. O político é o viciado, que por sua vez se envenena com o dinheiro do Estado, deixando assim de lado os interesses da sociedade. A mãe somos todos nós, que em vez de mudar o pensamento e os políticos, afirma em bom e alto tom, que não tem jeito, que é assim mesmo, que quem não faz aliança com marginal e bandido não governa, etc, e enfim, vota nos mesmos políticos de sempre”
Visualiza-se, nesse contexto, que quem alimenta o vício da corrupção, é a própria sociedade.
O mais grave e imperceptível, é que os próprios políticos corruptos fomentam na mente da comunidade que todo mundo é ladrão, e se a pessoa for de bem e honesta, ela não pode entrar na política.
Dessa forma, o que ocorre é que os políticos inescrupulosos permanecem nos seus respectivos cargos.
Acredite ou não, mais o poder não se compraz pelo o vácuo. Ou seja, se o cidadão que tem espírito público não se propõe a ocupar os cargos eletivos, os picaretas vão ter que ocupá-los. Simples assim.
Nota-se, assim, que é uma grande jogada desses calhordas. Pois as pessoas atualmente, de fato, ficam apenas criticando a política nas rodadas de boteco, faculdade, academia e etc, sem tomar qualquer, absolutamente qualquer medida para retirar e queimar essa“engrenagem babilônica”, que enseja desemprego, violência, desigualdade social, e todos os males que assola o país.
Caro leitor, saiba que apenas a política pode mudar a situação que nos encontramos. Para o bem ou mal, somente ela pode atender os nossos anseios.
Estamos em ano eleitoral, assim, análise e observe os candidatos. Ao nosso modesto modo de ver, desejamos candidato que tem conduta ilibada, entenda um mínimo de orçamento público para saber de onde vem o dinheiro, e acima de tudo, tenha objetivo concreto, ou seja, tenha projeto com início, meio e fim. De outra forma, não acreditamos em candidatos com discurso genérico e vazio, que às vezes tem até boa – fé, mas pela falta de propósito, como a história já demonstra, acaba fazendo a velha politicagem. Ademais, entenda que não adianta trocar Nando por Fernando, mais sim trocar velhas ideias por novas ideias. Compreenda e tenha cautela, pois também tem muita raposa fora do galinheiro querendo entrar.
Em outros tempos era compreensível a ausência de pensamento crítico contra o que é errado. Uma vez que, o conhecimento era privilegio para poucos. De outro modo, no mundo de hoje a informação está gritando para ser acessada. Porém, a maioria, a esmagadora maioria das pessoas ficam “ababacadas” em aplicativos e redes sociais toscas, medíocres, ínfimas, tacanhas, vendo e falando do que ouviu falar, replicando só bobagem, enquanto o país afunda.
Tenha consciência que isso também faz parte da grande jogada. Pois uma população estúpida e proferindo sentimento de ódio um contra o outro é o sucesso dos espertos.
Dessa maneira, como vimos o problema nunca esteve na politica, mas sim nos políticos, e acima de tudo, na falta de atenção da população.
Assim, se a leitura estiver correta, pergunta-se.
Por que não acabamos com essa “jogada”, para que possamos ganhar “jogo”?