Domingos Cezar
Dois anos depois, a “novela” compensação ambiental da Suzano Papel e Celulose chega ao fim, com um final infeliz para o município de Imperatriz. A compensação da fábrica de celulose, no valor de R$ 10.282.000,00, foi desviada em agosto de 2014 para o Parque Estadual do Mirador, deixando Imperatriz somente com os impactos ambientais causados pela fábrica.
Durante esses dois anos, o titular da Promotoria Especializada em Meio Ambiente, promotor Jadilson Cirqueira, foi implacável correndo atrás para que o recurso retornasse para Imperatriz. O Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMMAM, por intermédio de seus membros, manteve audiência com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Marcelo Coelho, porém nada foi resolvido.
Somente agora o promotor Jadilson Cirqueira conseguiu um relatório dos gastos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA, cujas despesas, segundo o promotor, não têm nada a ver com a sua finalidade. A compensação ambiental é uma espécie de “reparo” pelo estrago, pela devastação, pela degradação, enfim, pelos impactos ambientais causados pelo grande empreendimento.
O relatório de gastos da SEMA surpreendeu o promotor Jadilson Cirqueira, pois são despesas com passagens aéreas, hospedagem, combustível, pagamento de DPVAT, eventos, “nada a ver com a finalidade do recurso, que é reflorestar as áreas degradadas, as nascentes dos riachos, as matas ciliares dos rios, algo que venha beneficiar a natureza na área impactadas”, diz o promotor.
Em face a essa situação, Jadilson Cirqueira decidiu reunir nesta quarta-feira (24), às 08h30, na Promotoria Especializada em Meio Ambiente, representantes do Poder Legislativo, do Poder Executivo, profissionais de todos os órgãos de comunicação da cidade, ambientalistas e pessoas interessadas nesse tema, para apresentá-los o relatório de gastos feito pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente.
“É notório que a população de Imperatriz e região tome conhecimento do fim que levou a compensação ambiental da Suzano, cujo recurso, se aplicado corretamente, em muito contribuiria para suavizar os impactos ambientais dessa fábrica”, afirma Jadilson Cirqueira, ressaltando que, doravante, vai fiscalizar com mais rigor o destino das compensações ambientais no município.
Comentários