Domingos Cezar
Largou do cais do porto de Imperatriz, por volta das 15h00 o comboio formado por dois barcos e uma balsa que conduz o Projeto Balsa de Buriti, concebido pela Fundação Casa da Cultura de Marabá, que tem como presidente e idealizador do projeto, o biólogo Noé Von Atizingen. A balsa, acompanhada de um barco motor e uma lancha voadeira atracou no cais no final da tarde de domingo (21), aonde permaneceu por um dia para visitação pública.
Nesta cidade, a equipe de Noé Atzingen, constituída de 17 pessoas, entre remadores, técnicos, fotógrafos, jornalistas, ambientalistas, pilotos e uma cozinheira, foi recebida pelo presidente da Fundação Cultural de Imperatriz (FCI), Antonio Mariano Lucena Filho, pelo diretor da Fundação Rio Tocantins, Domingos Cezar e pela presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Commam), Ivanice Cândido Almeida.
Em face a compromissos assumidos anteriormente o prefeito Sebastião Madeira não pôde comparecer ao porto para receber o projeto, mas disse ter tomado conhecimento do mesmo, por intermédio do prefeito de Marabá, João Salame Neto, quando aqui esteve recentemente. "Sei que o projeto visa resgatar a história dos nossos desbravadores que saíam daqui para Marabá em busca de trabalho, daí a sua importância", disse Madeira.
O Projeto Balsa de Buriti começou, efetivamente, na última quinta-feira (18) com uma solenidade no porto de Carolina, a qual contou com a participação de políticos do município de Marabá, bem como pessoas da comunidade, políticos e pioneiro de Carolina, os quais reviveram a ligação entre os dois municípios. As viagens em décadas passadas eram feitas pelo rio Tocantins, a bordo das balsas de buriti.
Em função da hidrelétrica (barragem) de Estreito, que impede a passagem de embarcações, o projeto foi retomado na manhã de sexta-feira (19) no porto de Estreito, onde foi confeccionada a balsa de buriti. A ideia inicial era reproduzir uma balsa semelhante as que eram utilizadas no transporte de pessoas e animais. Nessa tentativa, a balsa transporta grãos, galinhas, entre outras coisas e gêneros.
De acordo com Noé, nas amarras foram usadas cordas ao invés de cipós, porque estes não foram mais encontrados. "Nossa ideia era reproduzir uma balsa do mesmo tamanho, mas também tivemos dificuldades de encontrar pés de buritizeiros, para que pudéssemos tirar os talos para confeccionar a balsa", afirma o biólogo.
Mas o Projeto Balsa de Buriti, não tem como objetivo único resgatar a história dos sertanejos maranhenses que se dirigiam para plagas paraenses em busca de trabalho. "Nós estamos fazendo em cada cidade que passamos um trabalho de conscientização ambiental junto cada comunidade visitada", explica Noé Atzingen.
Antes de deixar o porto de Imperatriz, Noé Von Atzingen, que é membro da Academia Sul-Paraense de Letras, foi recebido pelos acadêmicos Agostinho Noleto e Domingos Cezar, na sede da Academia Imperatrizense de Letras (AIL). Na ocasião, Noé conheceu todas as dependências do prédio histórico, fez doação de livros de autores de seu município, bem como recebeu livros de autores locais.
Publicado em Cidade na Edição Nº 14685
Projeto Balsa de Buriti bem recebido em sua passagem por Imperatriz
O projeto segue na balsa descendo o rio Tocantins até Marabá (PA)
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