Retirada de areia foi reduzida pela falta de local para armazenar o produto
Para Antônio Teixeira, cooperados estão sendo prejudicados pela proibição

Geovana Carvalho

Há um mês e vinte dias, o armazenamento da areia retirada do rio Tocantins no perímetro urbano de Imperatriz foi proibido. O secretário de Meio Ambiente, Enéas Rocha, explica que a medida foi tomada devido aos transtornos causados à população vizinha à área de armazenamento, uma vez que o material ao ser transportado escorria pelas brechas das caçambas.
Enéas Rocha esclarece que a retirada de areia não está proibida, mas somente o depósito do material dentro da área urbana. Porém, está permitido o depósito nas áreas do Iate Clube e da Quinta do Jacob.
Antônio Teixeira de Araújo, representante da cooperativa que explorava o serviço nas imediações da Vila Leandra, diz que trabalha na extração da areia há 35 anos. Segundo ele, a licença para trabalhar na área está vencida, contudo - ao procurar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente - não conseguiu renovar a permissão. “Foi alegado que a área é de lazer, essa que vai da praia do Cacau até o Cefet”, diz Antônio Teixeira.
Ainda de acordo com Antônio, três empresas estariam retirando areia do Tocantins, duas delas teriam iniciado suas atividades depois que a cooperativa parou de funcionar. Antônio diz que as empresas não teriam licença para funcionar.
O secretário Enéas Rocha afirma que essas empresas estão localizadas nas imediações do Iate Clube e têm DNPM, licença junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral e também junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Enéas Rocha disse ainda que outras empresas em breve passarão a explorar o ramo, estas estariam em vias de protocolarem o licenciamento.
Em meio à polêmica está o comércio de materiais de construção e o consumidor final. O comerciante do ramo de materiais de construção Carlos Faixa afirma que o preço do metro cúbico de areia subiu muito. “Aumentou mais de 100%. Antes, a carrada era vendida a R$ 70 e agora já é vendida a R$ 150. As vendas caíram assustadoramente”. De acordo com o comerciante, o consumidor tem buscado alternativa para substituir o produto: “Para o reboco, o cliente tá usando o gesso, em substituição à areia”, conclui o empresário.
Hoje, a partir das 8h, será realizada uma audiência na Câmara Municipal de Imperatriz com a participação das partes envolvidas na questão.