O primeiro seminário bilíngue, promovido pela Associação de Surdos de Imperatriz, abriu sua programação com a discussão sobre o papel do intérprete em sala de aula.
A palestrante Dina Souza, mestre em Comunicação brasileira e guia-intérprete, alerta aos intérpretes presentes no seminário que não devem se comportar como tutores. De acordo com Dina, o intérprete é ativo em sala de aula, no entanto não deve “tomar” para si a posição de babá do surdo. “O intérprete não é tutor, não é babá, deve haver a interação entre professor e intérprete, as perguntas dos alunos devem ser feitas ao professor, ele é a autoridade (…) o intérprete não é professor, ele não ensina, ele é mediador da relação entre professor e aluno”, afirma a palestrante.
Dina Souza diz ainda que, apesar do esforços, um longo caminho ainda tem de ser percorrido para a total inclusão do surdo na sociedade. Para ilustrar o cenário da educação de surdos no país, ela cita o exemplo das discussões do PNE (Plano Nacional de Educação) para os próximos dez anos, em que todas as questões referentes à educação de surdos foram retiradas. “De certa forma, o surdo ainda é levado à exclusão”, conclui Dina. (Geovana Carvalho)