Nessa quinta-feira (30), professores da rede estadual da zona urbana, rural, áreas quilombolas e indígenas reuniram-se na Unidade Regional de Educação (URE) em Imperatriz para discutir a importância da relação entre a teoria e a prática no fazer pedagógico e os caminhos para a elaboração de um currículo integrado. Essa ação compõe a programação do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) que proporciona aos educadores uma formação continuada. Em Imperatriz 14 municípios representados por 55 orientadores participam do evento.
A ideia é avaliar a qualidade do ensino médio nas escolas públicas a partir da efetividade do currículo escolar, pois o discente precisa identificar a teoria ensinada em sala na sua vida prática. A formadora regional do MEC, Aurenir Terto, esclarece que o currículo é o coração da escola, é através dele que o conhecimento dos alunos vai ser construído. Os assuntos abordados em sala precisam ser reelaborados, não somente pelos professores, mas também pelos alunos para que haja significado. “É necessário esse eixo significante, o que o professor ensina deve ter uma correlação com a vivência dos estudantes”, afirma.
Promover a formação continuada dos professores dentro das escolas é algo ímpar na história da educação brasileira, pois traz, além da formação humana integral, a valorização da realidade dos alunos. Para o professor do município de Senador La Rocque, Reinaldo Oliveira, essa é a oportunidade de dialogar e mostrar aos estudantes a importância do ensino médio. Ele ministra aulas de matemática no turno noturno e uma das grandes preocupações é a evasão escolar, pois os jovens e adolescentes não entendem o trabalho como princípio educativo. “Eles abandonam a escola por achar que não há ligação entre o currículo estudado e sua formação profissional”, explica.
O espaço de debate criado pelo Pacto Nacional é para desconstruir e construir um ensino médio fortalecido. Essa formação humana vai possibilitar ao estudante construir seu projeto de vida mediado pela orientação da escola, mostrando o trabalho como princípio educativo. “Os jovens estão saindo do ensino médio sem norte, sem expectativa, porque não há um diálogo entre o currículo e a realidade deles. O ensino médio precisa alcançar o seu objetivo real que é preparar os alunos tanto para o ensino superior quanto para o mercado de trabalho”, ressalta Aurenir.
Para a gestora adjunta de Porto Franco, Ana Maria Silva, é excelente poder participar de um evento desta natureza. Ao compartilhar experiências, tem-se uma visão geral e é possível identificar o problema e unir forças para resolver. “A nossa tendência humana é isolar, mas o fortalecimento ocorre quando há socialização dos conteúdos e a valorização do sujeito”, finaliza.
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