Com o projeto ‘A inserção de agricultores familiares na cadeia de suprimentos do biodiesel na região Nordeste’, a professora do curso de Ciências Contábeis do Campus de Imperatriz, Eliene Cristina Barros Ribeiro, foi premiada no 9º Congresso Internacional de Bioenergia, sediado em São Paulo. O evento foi realizado nos dias 1º, 2 e 3 de outubro. A professora foi premiada na categoria de Gestão e Suprimentos.
O congresso se consolida como o mais importante fórum de debates sobre energias renováveis no Brasil e na América Latina, com mais de mil congressistas participantes e 400 trabalhos científicos de pesquisadores, graduandos e analistas do Brasil e do exterior. O objetivo do evento foi explorar a temática do aproveitamento racional da biomassa, dos resíduos da indústria e incentivar novas práticas tecnológicas como fonte de energia alternativa.
Com esse propósito, a professora Eliene, doutoranda em Gestão Ambiental pela Universidade de Aveiro de Portugal, desenvolveu seu projeto voltado para a produção de biodiesel na região Nordeste envolvendo a produção agrícola familiar. O estudo demonstra que o aumento da produção do biodiesel quintuplicou nos últimos cinco anos, mas a agricultura familiar não conseguiu acompanhar este crescimento.
Na pesquisa, a professora verifica porque isso aconteceu e apresenta sugestões para melhorar a inserção dos produtores familiares na geração do combustível. O fornecimento da matéria-prima dos agricultores para a produção do biodiesel pelas grandes indústrias é uma das estratégias de estímulo apresentados no projeto.
A pesquisa também constatou que, com o incentivo à produção agrícola familiar, os impactos são evidentes na saúde das famílias. “Os agricultores produzindo a horticultura, começaram a consumir legumes, verduras, pão, leite e carne, e assim ficaram mais saudáveis, reduzindo índices registrados nos postos de saúde dos bairros”, explica Eliene.
O trabalho faz parte da tese de doutorado da professora e teve início há três anos. Já em fase de finalização, os próximos passos são construir um projeto de pesquisa sobre os produtores familiares no Maranhão e propor meios de inseri-los na cadeia de suprimentos do biodiesel de grandes empresas sediadas no Nordeste.
Segundo ela, a região Nordeste apresenta a agricultura familiar mais descapitalizada do país. Cerca de 72% desses agricultores estão abaixo da linha da pobreza, produzindo apenas para subsistência. Com medidas que estimulem esses agricultores, a realidade pode ser diferente. “São pessoas com dois hectares de terra que não plantavam nada, mas com o incentivo já começaram a plantar alface, rúcula, tomate e hoje estão nas feiras vendendo o alimento”, argumenta Eliene.
O projeto premiado foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), dentro do “Projeto Universal Fapema”. O reconhecimento da ideia traz empolgação à pesquisadora. “Representar a UFMA é sempre um orgulho, a fim de mostrar o direcionamento das pesquisas do nordeste e da região tocantina. Ter um trabalho reconhecido e ver a nossa região se desenvolvendo é bem interessante”, finaliza.
Comentários