O professor da IFMA, Lauro Pinheiro, lançou essa semana o projeto Mãos que Fazem a FÉ. Nesse projeto ele pretende, através de um blog, disponibilizar online os trabalhos sociais realizados em Imperatriz. É bem simples a ideia, como explicou a O PROGRESSO: “Muitos gostariam de fazer parte de um trabalho social, mas não sabem nem por onde começar a procurar e, com isso, o tempo vai passando e a sua valiosa ajuda cai no esquecimento e no comodismo”. Em outras palavras, o blog vai servir de instrução e caminho para aqueles que querem estender a mão para o próximo”.
De acordo com o professor, o projeto possibilitará aos moradores de Imperatriz atuarem em projetos sociais orientados em algo que seja mais condizente com a sua realidade ou próximo da sua casa.
Segundo ele, muitas pessoas em Imperatriz atuam na área da caridade, mas muito mais gostaria de participar de algum projeto e nem sabe por onde começar, por isso estamos implantando este projeto, cujo tema é “Ajudando quem ajuda”.
Lauro Pinheiro acrescenta ainda que a vida mostra que para tudo há um tempo. E o tempo é relativo. A vida e quase tudo nela também é relativo, menos algumas coisas, como a fome. Dói bastante. A abundância da oferta de produtos alimentícios fez diminuir sensivelmente a fome no nosso país, mas não é nada para se comemorar. Existe uma fome que cresce a cada dia em nossa realidade. Não dói com tanta força quanto a dor de um estômago vazio.
“A fome de justiça nos dá a sensação de impotência diante da corrupção; de tanta bizarrice humana como o trabalho infantil, a pedofilia, a violência desmedida – transformando pessoas normais em prisioneiras em suas próprias casas – e por último, como consequência do consumismo desgovernado e da competição desumana entre empresas e profissionais, fez gerar pessoas individualistas, mas sofredoras por causa dessa condição”, frisou.
A caridade renova. A caridade dá sentido à vida. “É comum as pessoas se perguntarem como poderiam ajudar os outros. Ser útil em algum projeto que realmente vise apenas o bem comum. Também é comum ver pessoas frustradas, que por mais que gostem de ajudar não conseguem ter energia suficiente para suportar uma rotina de trabalho por vezes massacrante e o pouco tempo que lhe resta de folga usa para de fato descansar o corpo, porém o espírito continua inquieto”.
Para ele, outra situação que incomoda bastante, e “é justamente onde quero chegar, é quando a pessoa está disposta a ajudar, quer, deseja. Mas fica à margem do desejo como se aquilo não passasse de uma simples vontade. Às vezes falta coragem para começar, arregaçar as mangas e dar o primeiro passo para um projeto de vida.
Ele denuncia ainda que diretores de escolas de ensino médio com uma gritante necessidade de palestras e orientações para os jovens não encontram ninguém ou sequer procuram, na verdade não sabem nem onde procurar. Organizações ou grupos de pessoas que buscam a conscientização da sociedade em relação aos problemas ambientais, educação no trânsito, vida saudável. Igrejas ou organizações que trabalham com drogados em centros de recuperação distribuem “sopão” para os moradores de rua, visitam presídios para aconselhamentos e orações junto aos presos e lutam por justiça social. Pessoas que visitam o leprosário ou os asilos e representam muito mais que uma comida ou um presente, sobretudo representam uma mão amiga e uma esperança de que vale a pena continuar a viver.
“Exemplos do que nós poderíamos estar fazendo, mas por que ainda não começamos? Eu me arrisco em responder: não sabemos onde procurar e, para alguns, falta um pequeno empurrão. Justamente para preencher essa lacuna é que estou propondo à sociedade imperatrizense – micrometrópole de uma região muito pobre e, como diz Pedro Demo, muito mais pobre politicamente, que acaba por agravar ainda mais a pobreza física – que juntemos nossas experiências em caridade e coloquemos à disposição das pessoas ávidas por saber onde poderiam contribuir. Para isso, criei o blog Mãos que Fazem a FÉ, com o objetivo de juntar as experiências daqueles que fazem algo pelo próximo para que pessoas com vontade em ajudar possam se disponibilizar para somar.
Pinheiro informa que em breve estará em contato com a igreja católica, com a Associação dos Pastores, com representantes do espiritismo, o Centro de Referência em Assistência Social e organizações que fazem trabalho social na cidade. “Porém, estou completamente alheio àqueles que fazem trabalhos sozinhos ou em pequenos grupos e, para isso, gostaria que escrevessem para mim a fim de que eu publique no blog.
“Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao senhor da messe que mande operários para a sua messe. Lc 10, 2. Blog: www.maosquefazemafe.blogspot.com, email maosquefazemafe@gmail.com”, finalizou.
Publicado em Cidade na Edição Nº 14183
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