Arnaldo Monteiro


São onze horas e cinco minutos desta sexta-feira, vinte e seis de janeiro de dois mil e dezoito. Estou na Associação Médica de Imperatriz, onde ocorre o velório do amigo e Irmão na fé Arnaldo Monteiro, um ícone da educação nesta cidade, homem simples, mas de extremo conhecimento e saber da língua pátria. Homem humilde, mas de imensurável dom de escrever seus contos, poesias e crônicas. Não foram poucas as suas obras literárias que ficarão imortalizadas na língua portuguesa, muitos foram os contemplados com seus ensinamentos nos bancos de escola da Universidade e da vida.
Sempre ouvi falar do Professor Arnaldo Monteiro, desde quando aqui cheguei, embora vizinhos por muitos anos, EU no Minas de Prata e ELE no residencial Mussaendras. Éramos separados pelo muro não só de concreto, mas também da oportunidade de convívio, devido nossos afazeres domésticos e profissionais.
Mas Deus nos aproximou, fazemos parte da mesma Paróquia de Santo Antônio de Pádua. Somos praticantes da mesma fé, o Cristo Jesus. E durante estes encontros nas missas dominicais e festejos do padroeiro nos aproximarmos. Uma coisa descobrimos que tínhamos algo em comum pelo Pará, Arnaldo Monteiro teve sua paixão paraense, sua amada EDNA, esposa, mãe, avó e companheira dedicada. Eu um paraense de Bragança, apaixonado pela leitura de ótimos romances, contos e crônicas. Além disso, os pratos da culinária paraense (maniçoba, pato no tucupi, o suco de cupuaçu, o açaí) nos prendia pelo sabor. Era muito difícil apenas cumprimentar Professor Arnaldo, sempre disponível, gostava de prosear e mais difícil ainda era não beber do conhecimento e saber que saía daquela mente brilhante através das suas doces palavras.
Seu legado literário está registrado em livros e quadros com textos poéticos que brotaram do seu peito nos momentos de sublime inspiração ao seu inesquecível AMOR.
Na sua obra ENTRE TEXTOS, no conto INDECIFRÁVEL, percebemos quão grande é sua fé: "O cérebro cobra de mim compreensão, entendimento. Sinto-me impotente. Como? Não consigo decifrar o indecifrável, que é a grandeza, a magnitude de Deus. Respeitando-lhe a inteligência, nunca consegui ver lógica na ilógica imaginação de Darwin. Então, Charles, que te acompanhem os incrédulos. Quanto a mim, seguirei, alimentado pela fé, a buscar o meu Pai. Sede misericordioso comigo, Criador do Universo".

João Maurício Martins