Multidão segue o andor pelas ruas de Imperatriz
Imagem de Santa Teresa após o desembarque no Porto da Balsa

Hemerson Pinto

“Só quem vem e encara a caminhada para saber o quanto isso representa para o povo católico, principalmente para aqueles que são devotos de Santa Teresa ou ficam mais sensíveis à história dela nessa data tão importante para nossa cidade, o dia da nossa padroeira”, declara a secretária Aline Moraes.
Ela foi uma das milhares de pessoas que na última quinta-feira participaram de um dos maiores atos de revelação da fé dos imperatrizenses. Participar da procissão que acompanha o andor de Santa Teresa D’Ávila, para muitos, é a oportunidade de agradecer a Deus às preces alcançadas.
“Eu pago promessa. Há cinco anos acompanho a procissão descalço. É o último ano da promessa que eu fiz, mas já estou pensando em no próximo ano continuar vindo descalço”, diz o aposentado Antônio Alves, morador da zona rural do município de São Miguel, estado do Tocantins.
Promessas também foram pagas por pais que durante todo o trajeto carregaram filhos nos braços, pessoas descalças, como seu Antônio, ou vestidas com a cor do manto de Santa Teresa, ou por crianças que vestidas de anjos caminharam ou foram levadas nos ombros por adultos.
O sacrifício de uma das famílias de devotos de Santa Teresa todos os anos é distribuir água para os participantes da procissão. Uma caminhonete é estacionada na praça localizada em frente ao Conselho Tutelar Área I e copos e mais copos de água são distribuídos na passagem dos fiéis pelo local.
Outro exemplo são os altares montados nas calçadas ou nos chamados ‘sobradinhos’ ao longo do trajeto. Velas e imagens de santos viram alvos dos fotógrafos e dos olhares dos fiéis que costuma saudar o ato com aplausos.
“Tudo é maneira de expressar a fé. São pessoas que têm motivos para acreditar, que confiam nos santos representados por essas imagens, confiam em Santa Teresa como intercessora para os assuntos que devem ser tratados com Deus”, explica a comerciante Maria do Amparo, que todos os anos acompanha o percurso desde o Porto da Balsa.
É lá que milhares de pessoas aguardam todos os anos a chegada do cortejo feito por água com saída do Náutico Clube. Pouco depois das 17h30, a balsa trazendo a imagem de Santa Teresa atracou cercada de embarcações menores. A multidão acompanhou o andor e velas foram acesas ao pôr do sol. O cortejo seguiu pelas ruas Luís Domingues, Godofredo Viana e pelas avenidas Santa Teresa e Frei Manoel Procópio até a chegada na igreja matriz, onde foi celebrada a última missa do festejo de número 163.
A emoção de quem participou da procissão pela sétima vez consecutiva foi marcante. “Mais uma vez te agradeço, meu Deus, pela graça de acompanhar essa procissão pela sétimo ano. Te peço força e saúde para no outro ano estar aqui novamente e cada vez fortalecer a minha fé”, palavras usadas pela aposentada Maria dos Anjos, no canteiro central da Avenida Frei Manoel Procópio, em frente à igreja matriz enquanto deixava escapar algumas lágrimas.