Os sintomas que levam alguém a pensar em tirar a própria vida são considerados casos de saúde pública. Aproximadamente 25 brasileiros morrem vítimas de suicídio por dia. Pensando em trabalhar na conscientização para os cuidados com a saúde mental, a Secretaria Municipal de Saúde, Semus, por meio da rede municipal de saúde mental, tem realizado durante todo o mês de Setembro, a campanha "Falar é a melhor solução", para valorizar a vida e prevenir o suicídio.
Uma das ações da iniciativa é mostrar as possibilidades de atendimento disponibilizadas pela Prefeitura de Imperatriz. Além de tratamento, cada paciente também pode contar com orientação de uma equipe diversificada e profissional. A psicológica que atende no Ambulatório de Saúde Mental,localizado na rua Amazonas, entre Benetido Leite e Luís Domingues no Centro, esclarece como as pessoas podem procurar as consultas e o acompanhamento ofertado pelo município, e sobre a importância de prevenir e tratar da saúde mental.
Para Miriam Lima, sinais como "dores de cabeça, insônia, tristeza profunda, falta de ar, sensação de sufocamento, mãos super geladas, dentre outros sintomas", são alertas de que a saúde não vai bem. Então, qualquer pessoa pode procurar o Ambulatório, munido dos seguintes documentos: RG, CPF, comprovante de residência e o cartão do SUS. Os próximos passos consistem na triagem e, posteriormente, o paciente será encaminhado para uma avaliação. A equipe multiprofissional conta com assistente social, enfermeiro, psiquiatra e psicólogo.
ALERTAS
A psicóloga alerta para a presença de um acompanhante, quando alguém decide buscar ajuda médica. "Às vezes o paciente pode estar passando por dificuldades com as próprias lembranças, pensamentos confusos e a memória prejudicada. Alguém que o ajude nesse momento é muito importante. Pois, na triagem, podem ajudar com informações sobre a atual situação, que é essencial".
A automedicação, nesses casos, deve ser evitada. Segundo Miriam Lima, esse tipo de atitude nunca foi recomendada por nenhum médico. "Acontece muito das pessoas sentirem algo e receber indicação de pessoas próximas sobre o que tomar. O remédio que serve para alguém, pode ser diferente para o outro. Então é preciso cuidado. Alguns pacientes nem precisam de medicação, apenas de psicoterapia. E, assim como sugere o tema da campanha do Setembro Amarelo, Falar é a melhor solução, alguns pacientes só precisam ser ouvidos", confirma.
A família tem um papel importante nesse processo de ajuda. Uma dica é não julgar as pessoas que estão passando por algum problema. Acabar com o preconceito para procurar ajuda de um psicólogo é importante, uma vez que eles realizam um trabalho vital para o bem estar da saúde mental de muita gente. "A sociedade avançou em muitas áreas, como a tecnologia, e agora esse pensamento precisa ser desvinculado, de que psicólogo não é para todo mundo. Acho que todo mundo precisa ser ouvido", relata.
GRUPOS TERAPÊUTICOS
No Ambulatório os pacientes também podem contar com os grupos terapêuticos como parte do acompanhamento psicológico. Eles funcionam como uma possibilidade no tratamento da saúde mental, pois a troca de experiência entre as pessoas é importante. É o momento em que se percebe que ele não é o primeiro que passa por aquele momento. No grupo, um ajuda o outro.
Miriam destaca que a evolução do tratamento não depende apenas do psicólogo ou de outro profissional. Mas, principalmente, do paciente. Ele quem vai começar a fazer um enfrentamento dos sintomas, e buscar desenvolver outros hábitos, como realizar atividades físicas, por exemplo.
(Regilson Borges-Ascom)
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