Raimundo Primeiro
Há 20 anos fazendo este trabalho voluntariamente e sem fins lucrativos, visando única e exclusivamente promover o resgate histórico de Imperatriz, o professor Luís Pereira Santiago continua seus estudos, visitando diversos cantos e recantos da cidade e municípios vizinhos.
"Continuamos pesquisando, sempre visitando os locais com indícios de alguma descoberta arqueológica", reafirmou o pesquisador, no começo da tarde desta quarta-feira a reportagem de O PROGRESSO.
"É verdade estabelecida, para a maioria dos imperatrizenses, que a história da cidade começou em 16 de julho de 1852. O que aconteceu antes disso, a sua pré-história era desconhecida?", interroga o estudioso, acrescentando: "nossas pesquisas mostram a existência de homem na região há mais de 2 mil anos".
Santiago informa Imperatriz ter sido, na época, um grande centro de confecções de cerâmicas. "Cerâmica da subtradição Tupinambá da Amazônia. "Evidências irrefutáveis dos Tupi na Amazônia Oriental, em Imperatriz, através de todos esses vestígios, comprovaram que o município foi ocupado por povos caçadores, coletores e ceramistas", reforça.
O sonho de Santiago é ver consolidado um Memorial, em Imperatriz, para que "todos tenham acesso a memória material de nossa cidade".
Os resultados de suas pesquisas, são vistos em diversas regiões. O acervo catalogado por Santiago é integrado por machado, pilão e moedor, feitos de pedra polida, além de cerâmicas, instrumentos e várias moedas antigas.
Todos esses materiais que mostram a passagem do homem pela região, indo até ao extremo do Nordeste, tendo em vista que, naquela época, a mesma não era dividida, foram encontrados nas regiões dos municípios de Arame, Grajaú, Barra do Corda e Imperatriz.
De acordo com Santiago, a presença do homem na região, há mais de 2 mil anos, pode ser constatada através de vestígios deixados de forma voluntária, caso, por exemplo, das pinturas rupestres.
QUEM É
Luís Pereira Santiago nasceu em São Domingos (MA), passando a residir em Imperatriz em 1973, quando sua família decidiu morar no município. Formado em Geografia pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em Imperatriz, fala Tupi Guarani e desenvolve pesquisas autônomas custeadas com recursos próprios.
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