A mãe de Viviane fala emocionada: "Aqui em Imperatriz nós recebemos toda a assistência, além da cirurgia que minha filha tanto precisava fazer. Agradeço à Prefeitura e ao Centrinho pelos atendimentos que estamos recebendo"

Desde o início da parceria com a Prefeitura já foram realizadas mais de 300 cirurgias. Em 2007, quando tudo começou, eram realizadas apenas de três a cinco cirurgias por mês. Com a ampliação do serviço, a Prefeitura passou a realizar cerca de 15 cirurgias mensalmente, sendo que está operando com uma capacidade para atendimento de um número ainda maior.
Na manhã de ontem, mais duas cirurgias foram realizadas. As beneficiadas foram Viviane da Silva Santos, de 15 anos, moradora de Açailândia, e uma senhora de 62 anos, moradora de Imperatriz. A adolescente fazia acompanhamento em Bauru, no Estado de São Paulo - onde fez duas cirurgias num período de aproximadamente cinco anos; mas há três meses começou a ser atendida pelo Centrinho.
A mãe fala emocionada da oportunidade que teve de fazer o tratamento bem mais próximo de casa. "Nós ficamos sabendo do programa através de uma conhecida, e então procuramos o Centrinho, nós ficamos muito felizes por sermos atendidas aqui em Imperatriz, aqui nós recebemos toda a assistência, além da cirurgia que minha filha tanto precisava fazer. Para ir para Bauru, era muito dependioso, nós tínhamos muitos gastos", relata a dona de casa Francinete Benigno, ao agradecer à Prefeitura e ao Centrinho pelos atendimentos que está recebendo.
O cirurgião bucomaxilar e professor universitário Leonilson Gaião, explica que a parceria da Prefeitura tem uma grande importância para a cidade e região, além de um alcance social imensurável. "A fissura é um problema que afeta principalmente a fala e a estética facial, então ao disponibilizarmos a cirurgia para correção desses problemas e a assistência para habilitação como um todo, com oferecimento de Ortodontia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia e Serviço Social, totalmente de graça, estamos dando uma grande contribuição para a sociedade que carece desse serviço", afirma Gaião.
Ele ressalta ainda que atualmente há mais de 350 pacientes cadastrados. "O número só não é maior porque muita gente ainda não sabe que existe, gratuitamente, esse tratamento em Imperatriz, mas estamos preparados com uma estrutura para atender a uma demanda maior", informa o cirurgião ao ressaltar que o apoio da Prefeitura tem sido fundamental para a implantação e manutenção desse serviço na cidade.
O contato inicial para quem busca esse tratamento é feito no Centrinho, entidade formada por uma equipe multidisciplinar, localizada no Hospital Escola da Devry FACIMP - parceira do projeto, localizada na Rua Ceará 1135, Nova Imperatriz.
A secretária de Saúde, Conceição Madeira, observa que essa é um tipo de parceria de um alcance social extraordinário e que proporciona satisfação a qualquer gestor, já que trata-se de um serviço que muda para sempre a vida de uma pessoa. Na verdade, esse tipo de cirurgia reparatória é realizada em Imperatriz desde 2007, contudo foi implementada depois da formalização da parceria entre a Facimp e a Prefeitura, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde, e isso nos deixa muito satisfeita, porque vemos que é um serviço que melhora substancialmente a vida das pessoas", ressalta Conceição Madeira.

Parceria com a SEMUS
O diretor informa que desde 2007 foi firmada parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) - que até 2013 contribuiu com a disponibilização do Hospital Municipal de Imperatriz (HMI), para realização das cirurgias e com a construção de uma enfermaria especial para fissurados no Hospital Municipal Infantil, o Socorrinho.
Contudo, a partir de novembro de 2013, foi ampliada a contrapartida da SEMUS com o alocamento de três funcionários públicos, para o Centrinho - uma psicóloga, uma odontopediatra e uma assistente social. "Sem essa parceria nós não tínhamos como efetuar os procedimentos cirúrgicos nem aumentar o número de procedimentos realizados", destaca Gaião.

Serviços prestados
Além das cirurgias conduzidas pelo Centrinho, é realizado acompanhamento dos pacientes que iniciaram tratamento fora de Imperatriz. Pois, segundo o cirurgião bucomaxilofacial, quando o paciente faz o atendimento cirúrgico, ele passa a ter outras necessidades, como, por exemplo, fonoaudiologia, orientação nutricional, ortodontia, psicologia e serviço social.

Incidência de fissura labiopalatina
A estimativa no Brasil é que a cada 650 nascimentos, uma criança nasce com fissura labial. Baseando-se nestes dados, Imperatriz tem uma estimativa de aproximadamente 350 pacientes com lábio leporino. Atualmente tem 350 cadastrados no Centrinho, sendo que apenas cerca de 120 são de Imperatriz e os demais são das cidades circunvizinhas. "Nossa expectativa, a partir de agora, que temos uma estrutura mais sólida e estamos divulgando nossos serviços, é que seja dobrado ou triplicado este número", informa a direção do Centrinho. (Maria Almeida/ASCOM)