Pequeno espaço com bancos em meio às barracas do Camelódromo

Hemerson Pinto

“Hoje deixou só a saudade. Na época eu tinha meus oito anos e meus pais me levavam para andar no Trenzinho da Alegria, comer pipoca, era bem divertido”, conta o pequeno empresário Carlos Alberto.
A técnica em enfermagem Ana Lúcia não mora mais aqui em Imperatriz. De visita, lembra que parte da infância foi aproveitada com passeios de fins de tarde, principalmente aos domingos, na Praça Tiradentes.
“Hoje venho visitar minha mãe e digo ao meu marido, que é nascido em Campinas-SP, que ali já foi um lugar de muita diversão, hoje tomado pelo Camelódromo e na parte que fica o coreto, apenas moradores de rua e o Terminal de Integração na frente. Gostaria que ainda fosse um espaço útil a todos para ser bem aproveitado no Dia da Criança”, comentou.
O local foi revitalizado em 1996. Quando transformado no Camelódromo, até funcionava muito bem. Ao longo do tempo até mesmo as vendas caíram e a falta de estrutura foi outra contribuição para os vendedores se afastarem do local e a maioria voltar para as calçadas do centro comercial.
Os boxes que ficaram desocupados foram sendo repassados ou mesmo alugados para proprietários de lojas que hoje fazem do espaço uma extensão da empresa. Próximo ao Calçadão, o Camelódromo que ocupa a antiga praça se transforma à noite em lugar propício à comercialização de entorpecentes, tendo pessoas responsáveis pela vigilância.
“Quem é que vai se importar? É fazer de conta que não viu. Quem vigia a praça não tem mesmo que reclamar com ninguém que vem para cá usar drogas ou vender, só prestar atenção mesmo nas nossas mercadorias”, diz uma vendedora, pedindo para não ser identificada.
“Já que esse Camelódromo não dá certo, era melhor arrumar outro local para colocar esse povo e transformar a praça no espaço que ela era antes”, comenta a dona de casa Fabiana dos Reis.
Apenas alguns bancos que existem ao redor da placa colocada na data da entrega do espaço revitalizado são as lembranças da praça de anos atrás. “E a gente que vai ficando por aqui vai se virando, esperando que um dia seja reorganizado”, diz o sapateiro Amadeu, que usa como sapataria o local onde já funcionou uma lanchonete.