Ainda adolescente, fui testemunha do preparo da argamassa usada na construção da Praça da Cultura que, no projeto inicial, ocupava apenas a metade do espaço físico que hoje possui. Algum tempo depois, com a desapropriação de alguns imóveis, ela se estendeu até a rua Bom Jesus.
Nasceu pequena, mas poderosa, cercada de ilustres vizinhos, a exemplo da Prefeitura Municipal (Academia de Letras), do primeiro quartel de polícia (UMES), da primeira agência bancária (BASA), do primeiro cinema, o Cine Muiraquitã, e o Banco do Brasil.
Serviu de palco para importantes eventos históricos políticos culturais, como algumas manifestações que antecederam o movimento revolucionário de 64, a apresentação do conjunto musical “Os Mugs”, remanescente da jovem guarda, que também não tinha pena de guitarras, interpretando “Yelow River” e tantos outros sucessos dos cabeludos de Liverpool.
Sediou todas as edições da Semana do Livro, que antecederam ao Salimp, e a Feira de Artesanato.
Mas parece que depois de ouvir os disparos que, covardemente, tiraram a vida do seu maior ilustre vizinho, o prefeito Renato Moreira, a Praça da Cultura transformou-se numa senzala profana onde consumo de drogas, assassinatos fazem parte do seu ritual. É triste!
Mais triste ainda é saber que Imperatriz é contemplada com representatividade de todos os segmentos da segurança, do legislativo, do Judiciário e ser acordada às cinco da manhã com tamanha barbaridade acontecida há duas semanas.
Já passa da hora de essas autoridades tirarem os joelhos do chão.
Antonio Rodrigues S. Filho é cirurgião dentista e vizinho da Praça da Cultura
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