Ônibus mantidos na garagem da empresa, na BR-010
Poucas linhas urbanas funcionaram na manhã de ontem
Passageiros aguardando ônibus que não vinham

Hemerson Pinto

Diante da informação de que a Viação Branca do Leste teria retirado de circulação, na noite de sexta-feira, os veículos que ainda não foram apreendidos, O PROGRESSO percorreu parte das linhas urbanas exploradas pela empresa e encontrou passageiros aguardando nos pontos. Diante da demora provocada pela retirada da maioria das linhas, valeu o apelo a serviços como o de táxi lotação.
“Não dá pra ficar horas e horas na parada sem nem saber se o ônibus vem ou não vem. Ontem à noite disseram que não tinha mais nenhum na rua. Usei táxi lotação. Hoje, depois que resolvi minhas coisas no Centro e quero voltar pra casa, não sei se tem ou não tem ônibus. Esperei meia hora e não veio, vou de lotação mais uma vez”, diz a dona de casa Joana Vieira, que precisava chegar à Vila Macedo.
Condutor de um táxi lotação, o homem que se identificou como ‘José’ afirmou que “esses dias que estão com poucos ônibus nas ruas e às vezes nem tem, nós estamos ganhando mais dinheiro. Andamos mais entre os bairros e o centro da cidade, mas ganhamos mais dinheiro”, comemora.
Após ter o contrato com o Município quebrado pela justiça e pelo próprio poder Executivo, a empresa recorreu e conseguiu da justiça a permanência na operação do serviço. Mais tarde, a Promotoria do Consumidor passou a requerer operações da Polícia Militar no sentido de apreender veículos com documentos atrasados, sem documentação ou com outras irregularidades. Na semana passada, foram apreendidos 27 ônibus da VBL. Em período anterior outras operações foram realizadas, inclusive pela Polícia Rodoviária Federal. A empresa garante que entre as apreensões há veículos com documentações em dias.
Na tarde da última sexta-feira, um dos representantes da empresa teria informado que a cidade ficaria todo o final de semana sem transporte feito por ônibus da VBL, temendo cair em novas abordagens da PM. Na manhã de ontem, nossa reportagem foi até a garagem da empresa em busca de informações. Apenas a recepcionista nos recebeu afirmando que nenhum dos diretores estaria no local. A funcionária disse que naquele instante a empresa operava com cinco linhas dentro da cidade e mais dez interurbanas, sem especificar as rotas. Na rua encontramos um ônibus da linha Vila Cafeteira e outro do Conjunto Vitória.
Ainda na semana passada, um grupo de funcionários fez plantão o dia inteiro à frente da sede das promotorias de justiça em Imperatriz, na tentativa de conversar com o promotor do consumidor, Sandro Bíscaro. Não conseguiram e foram até a BR-010, onde fizeram um protesto na ponte sobre o Riacho Cacau. Os funcionários queriam saber a situação de cada um após uma possível quebra de contrato e o motivo da apreensão de alguns ônibus, segundo eles, com documentação regular.