Hemerson Pinto
Após quatro dias sem água tratada chegando em casa pelo sistema de abastecimento, a população de Imperatriz começou a ficar mais aliviada ainda no domingo, quando em alguns setores da cidade a água já caía das torneiras mais baixas, ainda fraca, mas permitindo a reserva em recipientes como baldes.
Ontem a empregada doméstica Maria de Fátima entrou um pouco mais cedo no serviço para lavar louças, roupas e realizar a limpeza que deveria ser feita no sábado passado. “Eles (patrões) não mandaram eu vir mais cedo, mas fiz questão de chegar uma hora e meia antes para adiantar o serviço e não ser preciso entrar na noite trabalhando. Lá em casa arrumei tudo ontem à noite para não deixar nada sujo, e com medo da água faltar outra vez”, comentou.
Moradora do bairro Nova Imperatriz, a dona de casa Antônia dos Reis lamentou a potência com que a água chegava à residência onde mora. “Tá fraquinha, mas é melhor do que carregar água na cabeça, como nós fizemos quinta-feira, sexta e sábado. Ontem, aqui mesmo deu pra encher as garrafas da geladeira. Nos outros dias nós compramos água mineral. Gastando o dinheirinho de trocar o gás. É fácil?”, questiona.
Prejuízos também sofreu uma vendedora de guaraná da Amazônia, próximo à casa de dona Antônia. “Fiquei sexta, sábado e domingo sem vender porque não tinha água para fazer nem pra lavar as vasilhas depois”, comentou a mulher, enquanto saía às compras do material para a fabricação do produto que voltou a ser oferecido na noite de segunda-feira.
Durante os dias que a cidade ficou sem abastecimento de água tratada, moradores de vários bairros recorreram a vizinhos que possuem poços artesianos e não se incomodaram em ceder água. Muita gente procurou a Estação de Tratamento de Água, no bairro Bacuri, onde a entrada era liberada para pequenos grupos por vez.
Na manhã do sábado, moradores da Vila Zenira fretaram um micro-ônibus para irem até o rio Tocantins lavar roupas, louças e tomar banho. Na chegada à rampa do Caís do Porto, o motorista perdeu o controle do veículo e o ônibus caiu dentro do rio. Ninguém saiu ferido.
Na manhã de segunda-feira, o gerente regional da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão, Alberto Santos, informou que, após os reparos na adutora de água tratada, onde aconteceu o problema que causou todos os transtornos, equipes da Caema realizaram várias manobras com o objetivo de a água chegar mais rápido a todos os bairros. Alberto informou que o abastecimento havia sido normalizado em todos os bairros.
O PROGRESSO foi informado na manhã de ontem que em alguns bairros em terrenos mais altos a água ainda chegava com dificuldade.
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