Banheiros públicos desativados no centro da cidade

Hemerson Pinto

Sentindo a necessidade de utilizar um banheiro na região do centro de Imperatriz, mais precisamente nas proximidades do Camelódromo, o transtorno pode ficar ainda maior. As únicas opções em banheiros públicos, dois espaços reservados no coreto da Praça Mané Garrincha, atrás do Terminal de Integração, estão desativados há muitos anos.
Os locais que serviam à comunidade naquelas horas de aperto hoje não servem mais. Ao invés de pias, sanitários e produtos básicos de higienização, os banheiros feminino e masculino não passam de dois cômodos sujos, mal cheirosos, cheios de sacos plásticos, garrafas pet, papelão, latas, fezes e preservativos usados. Segundo trabalhadores das redondezas, os únicos frequentadores são insetos e moradores de rua que vivem na praça e não parecem ficar incomodados com a situação.
O fotógrafo Castro Carvalho trabalha há 25 anos com uma barraca de fotografias no Camelódromo. Localizado a menos de 20 metros dos banheiros, quando necessita de um, tem apenas duas alternativas: “fechar a barraca, pegar a bicicleta e ir em casa. Se for mais urgente, procurar o banheiro do Hospital Regional”. Encarar o banheiro do coreto “nem pensar, sem as mínimas condições”.
Castro afirma que é comum notar a ação de pessoas do sexo masculino, procurando refúgio atrás do tronco de árvores na praça. “Em plena luz do dia, a gente que trabalha aqui vê isso direto”. O fotógrafo lembrou que no início do ano de 2010 os vereadores recém-eleitos na época compareceram em peso na praça, rodeados de repórteres, para anunciar que aquela seria uma das causas pelas quais iriam lutar.
“Nada, nada, até agora nada. Chegaram aí com as TVs, discursaram, foi pro ar. Eu mesmo acreditei quando vi eles (vereadores) com aquela conversa, mas já passaram muitos anos. Isso foi em 2010, assim que assumiram”, lembra. Castro afirmou que décadas atrás o coreto da Praça Tiradentes era palco de shows de calouros, apresentações de artistas locais, e os banheiros funcionavam.
Para a estudante Paula de Araújo, o descaso das administrações com os banheiros é constrangedor. “Tanto pra gente que mora aqui como para quem visita a cidade. Muita gente vem de cidades vizinhas pra fazer compras aqui. Esse banheiros não prestam nem existem outros banheiros públicos”, reclama.
Nossa reportagem tentou contato com o secretário de Infraestrutura. Pelo número móvel e pelo fixo, da Sinfra, não foi possível localizá-lo.