Hemerson Pinto
A Polícia Militar do Maranhão usou o tempo de 20 minutos na Tribuna Popular na Câmara de Vereadores de Imperatriz, na sessão de ontem, para expor as motivações da greve que dura mais de uma semana. A PM foi representada pelo soldado Dauvane Silva, que em um trecho do discurso foi aplaudido pelos militares que ocuparam a galeria. Os vereadores também se mostraram ao lado dos manifestantes.
Para o vereador Raimundo Roma, é válida a luta dos militares do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. “Eles não são robôs ou máquinas, precisam da estrutura necessária para fazer um bom combate”, declarou. Roma destacou o esforço de alguns policiais que chegam a abandonar o movimento grevista para atenderem ocorrências quando são acionados pelos telefones particulares.
Dauvane lembrou que Imperatriz ficou marcada pela violência de décadas atrás. Hoje, o soldado teme afirmando que a população está à mercê da insegurança. “Desde quarta estamos de braços cruzados reivindicando nossos direitos. O policial perdeu a motivação de atender ocorrências”, desabafou.
O PM destacou o trabalho feito por ele e pelo parceiro Rangel. A dupla atende 16 bairros na região do Grande Santa Rita, assim como outros militares que prestam serviço em plantões diferentes, na mesma área. Segundo o militar, apenas em 2014 os dois soldados prenderam 30 traficantes na área em que atuam.
Outro vereador que manifestou apoio aos militares foi Aurélio Gomes, considerando como desrespeito à classe a soltura de bandidos logo após serem apresentados pela Polícia Militar na delegacia de Polícia Civil. “Vejo isso com tristeza, assim como eles, e gostaria que o Governo do Estado respeitasse a categoria”, disse.
Moradora da Vila Cafeteira, a vereadora Caetana Soares revelou o medo que a vizinhança e moradores de outros bairros periféricos estão enfrentando desde o início da greve. “Por volta de 21h, não tinha mais ninguém nas ruas”, contou.
A prisão do coronel Francisco Melo, ocorrida na manhã da última terça-feira, em São Luís, ligada às manifestações, foi repudiada pelo vereador João Silva, considerando o caso como “um absurdo”.
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