Domingos Cezar

Em agosto de 1988, quando trabalhava no jornal Correio do Tocantins, de Marabá, e exercia o cargo de secretário da atuante Associação Marabaense de Imprensa – AMI, representei o presidente da entidade, jornalista Mascarenhas Carvalho, no IV ENAI – Encontro Nacional das Associações de Imprensa, em Brasília/DF.
Naqueles anos idos, lembro-me que um dos palestrantes, um famoso repórter do jornal O Globo, já nos alertava que nos próximos 20 a 30 anos, faculdade de Jornalismo, que pouco existia no Norte e Nordeste, se proliferaria pelo interior do Brasil. Devo lembrar que naquele evento quase 100% dos jornalistas eram interioranos e não eram diplomados.
De Imperatriz participava comigo o renomado jornalista (que não tem diploma nesta área) Edmilson Sanches, então presidente da AIRT – Associação de Imprensa da Região Tocantina, que ministrou palestra e se elegeu vice-presidente da FAIBRA – Federação das Associações de Imprensa do Brasil, e eu, como Conselheiro Fiscal da entidade.
O palestrante do jornal carioca nos alertava também para a difícil relação que nós, veteranos do jornalismo, bem antes das faculdades e do offset, teríamos com os novos, que nunca enfrentaram os desafios das redações, das ruas, dos becos, das delegacias, enfim, mas que vinham “armados” com um diploma para cima de nós. Não deu outra.
Recentemente, fui praticamente agredido por uma “colega” de jornalismo ao escrever nas redes sociais ofensas contra minha pessoa, e em meio a essas observava que eu não era jornalista, desrespeitando meu DRT/Maranhão (provisionamento) e os meus 35 anos de carreira, de esforço, de comprometimento e responsabilidade com a notícia.
Devo lembrar que não sou mesmo, e nem quero, ser formado em Jornalismo, até mesmo porque estudei nas melhores “faculdades” de jornalismo do Norte/Nordeste: Jornal Correio do Tocantins (PA), Jornal Diário do Para, A Província do Pará, jornal O PROGRESSO (Imperatriz), além de ter criado e dirigido o Jornal de Jacundá (PA) e Açaí Folha (Açailândia), além de dezenas de informativos de entidades e sindicatos.
Devo dizer, ainda, que fui Patrono e meu colega jornalista Adalberto Franklin (que não tem diploma na área) foi Paraninfo da primeira turma de jornalismo da UFMA, a convite da turma e direção da Universidade, o que muito nos orgulha. Portanto, temos um enorme respeito por esses jovens profissionais que estão se destacando no mercado de trabalho.
Não sou formado em Jornalismo, porém tenho orgulho, como filho de pescador e lavadeira, de ser formado em Administração pela UEMA; ter tido grandes professores como Esmerahdson de Pinho, Enéas Rocha, Rui Azevedo, Alberto Maia, entre outros. Também me pós-graduei em Gestão Empreendedora pela FAMA.
Penso, até hoje, que escrever é um dom de Deus, por essa razão tenho, nesses 35 anos de jornalismo, 12 livros publicados. Nasci para escrever e ainda recebi a missão do Senhor de cuidar do meio ambiente. Daí porque me tratam de jornalista, escritor e ambientalista. Fazer o quê?

* Domingos Cezar, jornalista (DRT/MA 4100)