Hemerson Pinto
Na Nova Imperatriz, próximo à Avenida Bernardo Sayão, já no limite com a área central da cidade. Ali pode ser um dos endereços do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, inseto que fez vários países se mobilizarem nos últimos dias na elaboração de estratégias para eliminá-lo.
No antigo Complexo Esportivo Barjonas Lobão, hoje construção da Praça da Juventude (projeto do Governo Federal), a piscina olímpica, que necessita apenas de acabamento e da inauguração da obra para poder funcionar, está servindo como um criadouro do mosquito, segundo a vizinhança e pessoas que passam pelo local diariamente.
“Eu passo aqui todos os dias quando vou para o serviço. Por duas vezes encontrei o portão da obra aberto e aproveitei para dar uma espiada e ver como estava o andamento da construção. De longe vi a piscina e achei interessante. Quando cheguei perto, observei que tinha água, e água limpa, da chuva, e umas coisinhas se mexendo dentro, parecido com o que a gente vê na televisão dizendo que são os ovos do mosquito. Tenho certeza que é. Um perigo praticamente no centro da cidade”, alerta o pedreiro Antônio Soares.
Seu Antônio não é o único. Há quase um ano, o líder comunitário Guimar, morador das proximidades do antigo ‘Fiqueninho’ - como o espaço também era chamado -, reclamou à nossa reportagem sobre a área aberta para a construção da piscina. “Se não tiverem cuidado, vai se transformar em um criadouro do mosquito da dengue”, alertava na época.
Dias atrás, ele nos procurou novamente e reforçou a reclamação afirmando que hoje, mesmo com a piscina construída e quase pronta, a quantidade de água que acumula das chuvas favorece ao Aedes aegypti. “Você imagina uma piscina com medidas olímpicas cheia de água da forma que está. É um ‘hotel’ e ‘maternidade’ para eles (mosquitos), e bem pertinho da gente. Exatamente cercado por residências. Isso não pode ficar assim”, alertou novamente.
O PROGRESSO visitou o local e confirmou a denúncia. No horário da nossa visita, o nível da água acumulada havia baixado, segundo moradores de perto do local, pois as chuvas diminuíram nos últimos dias.
“Mas, se a gente olhar direitinho, no fundo e por cima também tem vários pontinhos se mexendo e isso são larvas do Aedes aegypti”, comentou uma servidora pública do município, que mora próximo à Praça da Juventude. “Eu mesma já denunciei na Secretaria de Saúde, mas ninguém veio aqui”, reclama, pedindo para não ser identificada.
A mesma mulher afirma que na família dela e na vizinhança já foram detectados vários casos de pessoas com sintomas da dengue “e acreditamos que tem tudo a ver com a piscina que serve de criatório do Aedes aegypti”.
A expectativa dos moradores e pessoas que denunciam a situação é de que a força tarefa do 50º Batalhão de Infantaria de Selva com agentes da Secretaria da Saúde visite o local neste sábado, durante o Dia de Conscientização sobre os cuidados para eliminar o mosquito.
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