Divulgação

A Dra. Thaís Guedes, pesquisadora sênior do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) Campus Caxias, participou do mapeamento das 412 espécies de serpentes existentes no Brasil. O trabalho foi feito em parceria com outros 31 pesquisadores sul-americanos e publicado na South American Journal of Herpetology. 
Os cientistas, sob a coordenação do pesquisador Cristiano Nogueira (Universidade de São Paulo), reuniram registros de mais de 160 mil exemplares de serpentes preservados desde o século XVIII em 140 coleções biológicas de universidades e museus de história natural e coleções biológicas do Brasil e do mundo.
Após o levantamento, foi produzido um Atlas com mapas detalhados da área de ocorrência para cada espécie de serpente brasileira. O Atlas também mostra pela primeira vez padrões ainda não documentados em outras fontes sobre a distribuição das espécies nas paisagens naturais. Tais informações fornecem subsídios para a conservação das serpentes e servem de base para outras pesquisas que buscam entender a evolução da distribuição da vida.
Os cientistas perceberam que a maior diversidade de serpentes é encontrada no leste do estado de São Paulo, sul da Bahia, região metropolitana de Belém (Pará), sudoeste do Mato Grosso e oeste do Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, foram registradas quase 40 espécies. Já em Belém, são mais de 80 espécies de serpentes.
Outro dado interessante é que cerca de 163 espécies catalogadas são exclusivamente brasileiras, correspondendo a 39% das espécies encontradas. Essa informação reflete o quanto o Brasil é rico, com diferentes regiões abrigando grupos variados de espécies de serpentes. Para a Dra. Thaís Guedes a grande quantidade de informação reunida neste estudo é inédita no mundo. "Não existem tantas iniciativas como essa publicadas na ciência. E só foi possível graças a união e trabalho em equipe de tantos pesquisadores que forneceram dados de altíssima qualidade de todas as partes do Brasil, e até de fora dos limites do nosso país. A base de dados construída para este trabalho e seus mapas tem uma espécie de marca de qualidade como 'verificada por especialista'. Mapear a distribuição de cada espécie é parte importante para conhecermos e conservarmos melhor nossa biodiversidade. Também abre caminho para novas pesquisas que buscam entender a evolução da distribuição da vida", explicou.
O Atlas das serpentes brasileiras é uma publicação técnica em inglês, mais voltada para cientistas. Mas qualquer pessoa interessada em saber mais sobre a rica fauna de serpentes pode procurar nas livrarias o Guia Ilustrado das Serpentes da Caatinga (Serpentes da Caatinga: Guia ilustrado. Editora Ponto A, 2017) que foi publicado pela Profa. Thaís e coordenado pelo Dr. Otavio Marques, pesquisador do Instituto Butantan, também autor do Atlas. (Secap)