Na medida em que é possível definir os ciclos históricos de Imperatriz, em uma mesma proporção é possível estabelecer a Rua Bahia como um dos divisores do espaço/tempo na evolução urbana da cidade a partir dos últimos anos da década de 50 e o final dos anos 60, quando então se forma um conceito de cidade para uma antiga povoação que não conheceu limites, desafios e obstáculos para o seu desenvolvimento. No final dos anos 50 e primeiros anos da década de 60, a influência da Rodovia Transbrasiliana, assim como da BR 14, encontrou na Rua Bahia a perspectiva para projetar o crescimento urbano de Imperatriz de forma a não despender do restante da cidade, seus reflexos e importância em todas as áreas, fosse econômica ou social, prestação de serviços ou cultural. Em síntese, estava ocorrendo o fenômeno do encontro de duas cidades que iria resultar no surgimento de outras dentro do mesmo plano de expansão urbana, crescimento e fortalecimento da economia que também contribuiu com uma melhor qualidade de vida, e sobremaneira na geração de emprego e renda, tanto pelo trabalho da construção civil quanto pelo surgimento de novos empreendimentos comerciais que até então estavam limitados e restritos à cidade velha, onde inclusive já acontecia uma valorização imobiliária inexistente na região conhecida como "Entroncamento", que por extensão, se aplicava também à Rua Bahia.

Wilton Alves

Nos últimos dias de 1959, a Rua Bahia não passava de um pequeno trecho entre a BR 14 e a Rua Benedito Leite com edificações rústicas e literalmente construídas em um só buraco, intrafegável e que no período chuvoso se transformava em um lamaçal, que para os mais céticos, jamais seria vencido, e por consequência, a expansão urbana de Imperatriz estaria condenada a morrer ali, sem qualquer perspectiva de crescimento ou desenvolvimento.
No entanto, ainda que em condições adversas e precárias, na metade da década de 60 a Rua Bahia alcança a Rodovia Transbrasiliana e começa a sentir os reflexos decorrentes do crescimento urbano e desenvolvimento das ruas Luís Domingues e Benedito Leite. Mesmo nessas condições precárias, algumas empresas se instalam e aparecem as primeiras residências construídas de alvenaria, mas enfrentando os mesmos problemas da falta de infraestrutura e sobremaneira pela ausência da energia elétrica, pois até então a cidade não contava com esse benefício público que poderia mudar a sua história.
Praticamente no mesmo período, mas em especial no início dos anos 70, a Rua Bahia começa a vencer os buracos e lamaçais e avança no sentido da Avenida Bernardo Sayão. É evidente que os problemas ainda deveriam ser superados, que investimentos somente seriam feitos a partir de investimentos públicos na melhoria da rua, que aos poucos, em razão do crescimento urbano da nova cidade, também começa a ver novas construções. E assim a Rua Bahia, vencendo todos os desafios, seguia em frente para alcançar a Avenida Bernardo Sayão, onde o desenvolvimento urbano se tornava uma rotina, uma vez que a cidade dispunha de poucos acessos, principalmente em direção ao "centro" de Imperatriz, no período constituído pela cidade velha.

Bahia
O Estado da Bahia, hoje com mais de 350 municípios, a grande maioria no interior (em relação ao litoral), onde predominam as culturas de subsistência. A economia baiana, como um todo, baseia-se nas atividades agropecuárias, que ocupam cerca de 56% da população ativa do Estado. Distinguem-se três tipos de agricultura: a grande lavoura comercial, a pequena lavoura comercial e a de subsistência. A grande lavoura baseia-se na cultura da cana-de-açúcar, integrada com modernas usinas, e na do cacau. Entre as pequenas culturas comerciais destacam-se a cana-de-açúcar, mandioca, coco-da-baía, fumo, café, agave, algodão, cebola, além da produção de azeite-de-dendê.
Em relação às culturas de subsistência, a mandioca é a mais importante delas, seguida em um plano muito inferior pelo feijão, milho, café e banana. O setor industrial está praticamente localizado em Salvador, a capital, destacando-se as indústrias químicas, produtos alimentícios e têxteis. Na capital se concentram também as indústrias metalúrgicas, mecânicas e gráficas, assim como de material elétrico e comunicações. Nas proximidades de Salvador encontra-se o Centro Industrial de Aratu, pois o Estado conta com abundante fornecimento de energia elétrica pela Usina Hidroelétrica de Paulo Afonso.
Com 561.026 Km², o estado da Bahia tem como principais cidades, além de Salvador, a capital, Feira de Santana, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Vitória da Conquista e Porto Seguro, destacando-se ainda a cidade de Camaçari, que em razão da importância econômica para o Estado, é a primeira cidade do Nordeste em arrecadação do ICMS. Relevante ainda destacar para a economia do Estado as atividades desenvolvidas pelo turismo, em especial nas cidades de Salvador e Porto Seguro, onde além das praias, festas populares como o carnaval e outros eventos culturais (festa junina), destacam-se as produções artesanais que inclusive são exportadas para o mercado interno e externo.

O impossível acontece
Em uma pequena ilha (pracinha) às margens da Rodovia Transbrasiliana como parte do projeto de urbanização da BR elaborado pelo engenheiro Vicente Fitz, começa a Rua Bahia. Nos seus primeiros dias a partir do traçado feito por Mundico Barros, apenas um pequeno trecho entre a BR 14 e a Rua Luís Domingues começava a ser ocupado por residências rústicas e sem qualquer benfeitoria que pudesse resultar em melhor qualidade de vida, em especial porque os seus primeiros moradores eram constituídos de migrantes que estavam trabalhando na construção da cidade.
Assim permaneceu a Rua Bahia até o início da década de 70, quando novos investimentos passaram a fazer parte da vida de Imperatriz, em especial para atender a uma demanda cada vez mais crescente na área habitacional, e ali estava uma das melhores alternativas da cidade para suprir as necessidades do desenvolvimento urbano, embora tendo pela frente os mesmos desafios e adversidades dos períodos passados.
Apenas como registro histórico, pode-se afirmar que o "impossível" se fez presente na evolução da Rua Bahia, sobremaneira na área habitacional, mas considerando-se que os maiores desafios eram de infraestrutura, em especial no trecho entre a Rua Antonio Miranda e Avenida Bernardo Sayão, onde estavam localizados os principais desafios a ser superados, principalmente em relação à topografia da região. Ainda na mesma visão sobre todos os desafios, é preciso destacar o trabalho de pioneiros e migrantes, sobremaneira os migrantes baianos, que historicamente deram imensurável contribuição ao progresso e desenvolvimento de Imperatriz em todas as áreas que resultaram na cidade hoje como referência de toda a região tocantina, e em especial do próprio estado do Maranhão.

Caminhos do futuro
Com a modernização na área da construção civil e o advento das construtoras, Imperatriz começa a encontrar os caminhos do futuro a partir de investimentos que possibilitam atender à grande demanda habitacional. Uma das opções foi a verticalização das novas edificações, o que caracteriza a Rua Bahia como uma das maiores e melhores alternativas para esse crescimento urbano, além de uma contribuição imensurável ao "visual" da nova cidade.
Se por um lado a Rua Bahia no chamado "centro da cidade" tem uma inequívoca vocação para empreendimentos empresariais e investimentos que consolidam a economia do município, por outro, quando se observa a rua no sentido da Bernardo Sayão, percebe-se grandes investimentos na prestação de serviços, mas principalmente na área habitacional, onde a construção civil tem demonstrado ao longo dos anos que os caminhos do futuro de Imperatriz passam pela Rua Bahia e pela construção de novas e modernas moradias. (A matéria de hoje é dedicada aos notáveis Raimundo Costa e Silva e Sérgio Marino)