De acordo com a maioria dos historiadores, o futebol chegou ao Brasil nas últimas décadas do século XIX. Para pesquisadores da história de Imperatriz, a primeira bola chegou à cidade por volta de 1930, quando não havia sequer uma equipe formada ou um campo para essa prática esportiva. "Tudo não passava de uma brincadeira sem regras, juiz ou a preocupação de uniformes; a única coisa importante era não perder", afirmam alguns historiadores, ressaltando que o primeiro campinho era próximo às casas do povoado, e com o crescimento urbano da cidade e a necessidade de ampliar a pista do primeiro campo de aviação, ele foi transferido para outro local, na atual Praça Tiradentes, que certamente não impediria que Imperatriz continuasse a crescer, e não foi o que aconteceu e mais uma vez o campo de futebol teria que mudar de endereço, agora de forma planejada, uma vez que Imperatriz já fazia por merecer uma praça esportiva definitiva. Nesse sentido trabalhava incansavelmente frei Epifânio d'Abadia, que nos momentos de folga, que eram poucos, já havia conseguido até uma autorização do Bispo de Prelazia para bater a sua bolinha vestido de calção, sem os incômodos de uma batina. Não era literalmente um craque dentro de campo, mas fora dele foi o responsável pelas conquistas do Estádio que hoje leva o seu nome.

Wilton Alves

Conforme relato de Sálvio Dino no livro Imperatriz 150 anos, em que ele faz referência à historiadora Edelvira Marques e seu livro Eu Imperatriz, o primeiro time devidamente organizado na cidade foi o Renner, fundado por Renato Moreira. A data de fundação, segundo Edelvira Marques, foi o dia 5 de maio de 1954, período em que na cidade ainda não havia um estádio, na acepção da palavra, para que este esporte realmente fosse desenvolvido. Por isso, o segundo campinho, na atual Praça Tiradentes, também teria que desaparecer.
Para o cronista e colunista esportivo Dema de Oliveira, também na década de 60 foi fundada a Associação Atlética Imperatriz, que é o atual "Cavalo de Aço". Na época da fundação, de acordo com Dema de Oliveira, a equipe era presidida por Severino Silva, que indiscutivelmente foi um dos grandes precursores do futebol em Imperatriz, mesmo que nesse período das décadas de 60 e 70 a cidade contasse apenas com times amadores, mas ganhando em popularidade e principalmente em rivalidade com a fundação do Tocantins Esporte Clube, que ao lado da Sociedade Atlética Imperatriz, foram as primeiras equipes da cidade a se profissionalizarem e assim disputar o campeonato maranhense de futebol, ainda que à cidade faltasse uma praça esportiva para comportar uma competição desse nível, sobremaneira porque em princípio as equipes de Imperatriz deveriam sobreviver das rendas dos jogos, e um estádio, na acepção da palavra, seria a única solução viável para os times.
Frei Epifânio d'Abadia tinha essa visão, mesmo em um tempo completamente adverso, como acontecia nos primeiros anos da década de 60, e até mesmo porque ainda faltava definir um local para a construção de um estádio.

Síntese
Historicamente esta poderia ser a síntese do estádio de futebol de Imperatriz, inclusive com especulações, porque alguns nomes foram inseridos e outros omitidos, e não fosse uma declaração do próprio frei Epifânio d'Abadia sobre o assunto, a história do estádio ficaria incompleta e não teria como ser preservada para o conhecimento das gerações futuras sobre o futebol em Imperatriz.

A declaração
"O estádio municipal de Imperatriz apresenta hoje apenas algumas modificações em relação a aquele que construí nos anos sessenta. Lembro-me de haver procurado o prefeito da época, o popular Pedro Guarda, de quem consegui o terreno para a edificação, aquele onde é hoje o aeroporto velho. Depois disso, contando com a colaboração do coletor da cidade, fizemos uma visita ao comércio da cidade e conseguimos os materiais necessários à construção do campo. Naquela época fizemos uma arrecadação de C$ 800,00 (oitocentos cruzeiros), uma grana doida naquele tempo.
Em muito pouco tempo começamos a fazer o estádio, mas logo depois o local teve que ser mudado, porque o velho aeroporto já não oferecia condições para ser uma praça de esporte, principalmente porque a cidade crescia. Voltamos então mais uma vez ao Pedro Guarda, conseguindo o terreno onde está o atual estádio. Começamos então a trabalhar, a construir um campo de futebol à altura da cidade. Levantamos muros, um precário vestiário e as dependências necessárias a uma verdadeira praça de esportes.
Contudo, dentro de pouco tempo aconteceu uma ventania em Imperatriz que acabou por levar todo o muro. O recurso foi procurar o prefeito da cidade, o Sr. Renato Moreira, que havia sido eleito há pouco tempo, por conta da própria prefeitura, mandou reconstruí-lo, além de fazer os alambrados que estão lá até hoje. Além disso, outras benfeitorias foram feitas, como o portão de entrada e bilheterias, mas tarde foi que fizeram aquele "puleiro de galinha" que todos chamam de arquibancada. "Portanto, do estádio que construí para o estádio de hoje, poucas são as diferenças notadas."

Reformas
No início dos anos 80 o Estádio Frei Epifânio d'Abadia recebe a sua primeira e grande reforma, inclusive com arquibancadas de concreto em substituição às antigas, que eram de madeira, assim como as cabines que seriam utilizadas por emissoras de rádio para transmissão dos jogos que seriam realizados. Essa reforma foi possível porque foi feita pelo governo do Estado, uma vez que o município, naquele período, não dispunha de recursos para isso.
Da mesma forma a segunda reforma, mais recente, que melhorou vestiários, sistema de iluminação e construiu novas arquibancadas, além de uma melhora expressiva na entrada do estádio, bem como em relação à qualidade do gramado, também foi feita pelo governo do Estado, muito embora o estádio seja próprio da municipalidade.
A referência que frei Epifânio d'Abadia faz a Pedro Guarda, na verdade, está se referindo ao vice-prefeito empossado no dia 31 de janeiro de 1961, senhor Pedro Ribeiro Gonçalves, que chegou a assumir a prefeitura quando da perda dos direitos políticos do titular, João Menezes, cassado pelo regime militar.