À primeira vista praticamente se torna possível afirmar que Imperatriz, no período histórico decorrente da rodovia Transbrasiliana, se tornaria uma cidade predestinada às grandes realizações, a uma expansão urbana inconcebível para o período, assim como para investimentos que a tornariam um exemplo – ou modelo – de atividades econômicas sem precedentes para a região tocantina. Poder-se-ia afirmar, ainda, que em razão da expansão urbana e investimentos da construção civil, a cidade estaria dando os seus primeiros passos na área de sua industrialização de maneira planejada e ao ensejo do período histórico de sua emergente produção agrícola, em especial o cultivo do arroz, que na década de 60 já era beneficiado em pequenas usinas no centro da nova cidade, inclusive a partir da Avenida Getúlio Vargas. Não deixa também de ser verdade que outros segmentos industriais estavam em andamento a partir da cidade velha, como as grandes olarias, o primeiro curtume da cidade e uma torrefação, moagem e empacotamento de café, resultados do pioneirismo e investimentos do empresário João Viana; a primeira cerâmica de Imperatriz, no início da Rua Luís Domingues, a Cerâmica São Vicente Ferrer, do empresário Sebastião Regis de Albuquerque, além de um comércio fluente para o período. Este conjunto de investimentos a partir da década de 60, assim como a rodovia Transbrasiliana, deram início à expansão urbana de Imperatriz para que surgissem novos e importantes bairros e vilas na cidade, e entre eles o bairro Maranhão Novo, hoje um dos mais destacados setores urbanos de Imperatriz.

Wilton Alves

Historicamente é possível conceituar que os anos 60 e 70 se constituíram em um período de transição na economia, industrialização e expansão urbana da cidade, considerando-se principalmente que neste período registrou-se o maior e mais importante fluxo migratório em Imperatriz, o que significa afirmar, também, dos grandes e mais importantes investimentos do período. Ainda no mesmo tempo, contrariando os mais céticos, registrou-se na cidade o nascimento de um novo bairro, que em curto espaço de tempo, se transforma em um dos agentes mais importantes da expansão urbana, o bairro Santo Antonio, que hoje não existe mais com esse nome.
Em meados dos anos 60, com a rodovia Transbrasiliana possibilitando uma nova visão de progresso e desenvolvimento para Imperatriz, chega à cidade o pioneiro e investidor Antonino Lucena. Em princípio adquire uma gleba de terras limitada pela rodovia e pela Avenida Bernardo Sayão, lançando o primeiro loteamento de Imperatriz com registro em cartório. Era o Bairro Santo Antonio, que em pouco tempo passou à nomenclatura de Bairro Maranhão Novo.
Demonstrando que se poderia acreditar nas potencialidades do município, e principalmente porque no período a região tocantina era uma das maiores produtoras de arroz do País, Antonino Lucena implanta no Maranhão Novo a sua indústria de beneficiamento do produto, o que significa afirmar, os primeiros passos para a industrialização da cidade a partir do novo bairro.

Novos investimentos

Durante a década de 60, em especial depois do lançamento por Antonino Lucena do bairro Maranhão Novo, migrantes continuavam a chegar e a fazer novos investimentos. Entre os primeiros investidores, o empresário anapolino Luís de Sousa Resende, que chega à cidade e instala a sua empresa, Cerealista N. S. Aparecida. Em seguida e motivado por Luís de Sousa Resende, uma gama de empresários da cidade goiana de Anápolis faz a opção de investir em Imperatriz no mesmo ramo de cereais.
Foi assim que também na década de 60 veio para a cidade o pioneiro e investidor Miguel de Sousa Resende, estabelecendo-se na Rua Mário Andreazza, aberta conforme suas declarações e por sua iniciativa, à base da capina, porque faltavam máquinas para este setor da economia. Já nos anos 70 houve um recrudescimento dos mais expressivos na área do beneficiamento de arroz, no bairro Maranhão Novo, destacando-se no período a Cerealista Ouro Preto (Abdias Rocha), Arroz Nicinha (Waltair Mendes), Cerealista Marajó (Osvaldo Correa Borges e João Batista Machado), e posteriormente, na década de 80, o empresário Adilson Chaves de Miranda.
No entanto um dos maiores investimentos foi realizado pelo também anapolino Manoel Cavalcante. Sua empresa, a Arrozeira Cavalcante, contribuía com a economia do município “pilando” mil sacas de arroz por dia, um número expressivo para o período. Contudo, com o declínio da produção de arroz na região, praticamente todas as cerealistas do Maranhão Novo encerraram suas atividades, período em que o bairro começa a se destacar na área da construção civil e valorização da expansão urbana e prestação de serviços na cidade.

Construção civil

No final da década de 70 e uma população estimada em 46 mil habitantes, Imperatriz continuaria fazendo investimentos na expansão urbana no tradicional conceito do crescimento horizontal. A grande mudança, nos anos 80, começa a acontecer exatamente no bairro Maranhão Novo, quando é construído o condomínio fechado “Sunsete Boulevard”, um novo padrão de moradia no setor e que em curto espaço de tempo atrairia investimentos em muitos outros setores, em especial na prestação de serviços.
Historicamente o bairro Maranhão Novo foi o precursor dos grandes investimentos da construção civil, em especial a partir do final dos anos 80 e a década de 90, quando então sua paisagem e incorporada a outras atividades econômicas, como o transporte de passageiros, insumos agrícolas, escolas do mais alto nível e uma urbanização que plenamente justifica a sua valorização imobiliária, sobretudo em razão de novos condomínios e construções no sentido vertical que até então eram apenas projetadas, notadamente na área habitacional.
No contexto, a transição urbana e econômica do bairro Maranhão Novo ainda não chegou ao seu limite, principalmente porque relevantes investimentos estão sendo feitos em diversas áreas de sua ocupação, mas ressaltando que o mais importante investimento ainda é no setor habitacional, pois o seu crescimento na vertical dá mostras de que novos investimentos ainda estão por vir.
Vale ainda ressaltar que neste contexto os investimentos que foram realizados nas áreas da educação e outras prestações de serviços, valorizaram ainda mais os aspectos urbanos e a consequente valorização imobiliária, sobretudo em razão das grandes construções que ora são realizadas, além da constatação de que os investimentos feitos na área industrial, agora diversificados, dão ao município um recrudescimento dos mais importantes em seus aspectos econômicos.