Se fosse possível fazer uma síntese da história de Imperatriz quando relacionada às suas conquistas, quando os desafios, sempre superados, chega-se à conclusão de que se não fosse a determinação de migrantes e pioneiros, a cidade ainda hoje não seria mais que um sinal no mapa do Maranhão e do Brasil. Com a vocação e movida pela têmpera de homens que ousaram desafiar tempo e espaço sem a colaboração e participação de autoridades alhures, e sempre buscando seus próprios caminhos, se constitui na referência econômica da região tocantina, ao mesmo tempo em que continua atraindo novos investimentos em todas as suas atividades empresariais, em especial como suporte técnico para o desenvolvimento do agronegócio na região. É evidente que no contexto está a atuação destacada do Sindicato Rural como referência econômica do setor, desde o início de suas atividades até os dias hodiernos como suporte, também, de todos os produtores regionais, em especial na qualificação da mão-de-obra indispensável ao seu desenvolvimento. E se por um lado as dificuldades e desafios surgidos no início de suas atividades pudessem parecer intransponíveis, por outro, agora ainda mais, não só pela competitividade do mercado, mas principalmente pela importância de sua representatividade histórica na economia do município, muito embora os desafios e adversidades continuem existindo, mas considerando que ambos servem de estímulo para que a cada ano a realização da Expoimp seja cada vez maior e cada vez mais importante para a própria história de Imperatriz.
Wilton Alves
Quando assume a presidência do Sindicato Rural de Imperatriz, em 1975, o pecuarista José Ribamar Raposo Bezerra compra a Fazenda Vitória, às margens da rodovia Transbrasiliana, e para lá transfere o parque de exposições, inaugurando-o no dia 27 de dezembro de 1975 com apenas sete galpões e 128 currais. Ainda assim foi realizada ali a exposição de 1977.
Neste período de transferência do Parque de Exposições para a Fazenda Vitória vieram os maiores desafios, pois além da construção da estrutura física, havia ainda o trabalho de motivar os criadores da região para participar do evento. Nada, no entanto, que pudesse impedir o avanço e as conquistas do empreendimento, agora com um projeto do Parque elaborado pelo engenheiro Carlos Sosthenes.
No início dos anos 80, começam as grandes construções e modernização do Parque de Exposições. Desde esse período, as diretorias que se sucederam deram imensurável contribuição para que a cada Expoimp uma nova dimensão fosse dada em todos os sentidos, mormente em relação ao volume de negócios que passaram a ser realizados movimentando uma economia extraordinária durante o período de sua realização.
É importante ainda considerar que o Sindicato Rural de Imperatriz passa a contribuir, e muito, com os pecuaristas da região quando fomenta uma melhor seleção de animais, concursos de gado leiteiro e a realizar as mais importantes palestras referentes ao agronegócio, destacando-se que o alcance dessas iniciativas não ficou restrito somente à cidade de Imperatriz, mas aberta a todos os criadores da região, inclusive de estados vizinhos, como o Pará e Tocantins, principalmente quando fomenta também, durante todo o ano, os grandes leilões de animais.
Menos de meio século desde a sua fundação, o Sindicato Rural de Imperatriz é hoje uma referência nacional e responsável pela realização da maior e mais importante feira de exposições de todo o Norte/Nordeste brasileiro, atraindo com isso os mais destacados investidores do setor, inclusive do Sul do País, que são atraídos pelos grandes negócios e as perspectivas de ampliação de mercados, seja de animais selecionados quanto de máquinas, equipamentos e insumos indispensáveis à qualidade e produtividade, tanto de animais quanto de produtos alimentícios.
Os presidentes
Desde a sua fundação, presidiram o Sindicato Rural de Imperatriz, com suas respectivas diretorias, os produtores rurais Ivo Marzall, Fernando Vaz Sampaio, Antonio Regis de Albuquerque, Vicente Bernardino Fialho, Antonio Escórcio, Francisco Santos Soares, Adivando Rocha Santos, José de Ribamar Raposo Bezerra, Gerson Nepomuceno, Fernando Ruy, Roberto Honório, Guilherme Baptista Ventura, Nelson Henrique, Karlo Marques e José de Ribamar Cunha, além de uma junta governativa em que esteve à frente o advogado Aparecido Machado.
É importante ressaltar que no início dos anos 80, enfrentando todas as dificuldades e adversidades, o então presidente Adivando Rocha Santos dá início às grandes construções de galpões e baias do Parque, e lembrando ainda que foi na administração de Francisco Santos Soares (Franciscano), que o Parque foi fechado e murado. No entanto, uma das mais importantes transformações foi a transferência da sede do Sindicato do centro da cidade para novas instalações no próprio Parque. Este trabalho foi realizado pelo então presidente Karlo Marques, que inclusive passou a dar maior aproveitamento ao Parque, que só era usado uma vez por ano, na realização da Expoimp, para novas e inúmeras outras atividades, sobretudo eventos culturais com destaque para a Arena de Shows, construída pelo então presidente Nelson Henrique.
Desafios atuais
Para Sabino Costa, atual presidente do Sindicato Rural de Imperatriz, os maiores desafios foram superados, mas ainda existem adversidades e problemas a serem solucionados, em especial quanto à participação de produtores rurais em relação ao sindicalismo e a eventos que fomentam o fortalecimento da classe.
É preciso lembrar que Imperatriz, mesmo não tendo hoje uma zona rural expressiva, continua sendo a referência do setor para a região tocantina e para o País. O setor é dos mais importantes para a economia, uma vez que o agronegócio, em nível nacional, é responsável por 40% das exportações brasileiras. Isso significa que Imperatriz e a região tocantina continuam sendo a vitrine, por meio do Parque de Exposições, de um dos mais expressivos volumes de negócios do setor.
Outro desafio é a questão histórica: não há registro da existência de uma Associação dando origem ao Sindicato Rural, assim como fontes que asseguram o engenheiro agrônomo Ivo Marzall como organizador do Sindicato, mas que não chegou a presidi-lo, e que na sua fundação o primeiro presidente foi o migrante, pecuarista e pioneiro José de Ribamar Raposo Bezerra. Mas como uma verdade não anula outra, com ou sem uma associação, o Sindicato Rural cumpre o seu papel histórico na história de Imperatriz.
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