Empresário Ildon Marques de Sousa presidiu a ACII em seu difícil momento de transição

Que Imperatriz é uma cidade predestinada a superar seus próprios desafios é incontestável, mas não é menos verdade que ela progrediu muito, mas tem uma dívida histórica em relação ao desenvolvimento, a vencer obstáculos e alcançar limites - ou fronteiras - intransponíveis, que embora fosse uma tarefa difícil, a união de pioneiros e migrantes demonstrava que era possível estar além do impossível para continuar expandindo, criando e promovendo novas projeções em relação ao seu futuro. No entanto, até os dias hodiernos, a cidade permanece indecisa e sem perspectivas quando é preciso lutar e vencer as dificuldades sociais e culturais. Imperatriz tem estigmas insuperáveis quando é desafiada a promover o NOVO, e relutante quando o NOVO exige determinação e a capacidade de olhar além das adversidades. Assim, no contexto, o NOVO significa, para muitos, a insegurança e o risco de ser preterido por uma nova geração sem ter alcançado o reconhecimento social pelo trabalho realizado, somando-se nessa concepção, embora equivocada, que a modernidade não deve ocupar espaços até então ocupados pelos pioneiros e migrantes que deram início à história da cidade, e é a própria história a demonstrar que o progresso dever ser seguido pelo desenvolvimento, pelo NOVO, seja por resultados naturais ou circunstanciais, ou pela simples e mera sucessão de fatos, até mesmo porque o presente é o resultado, também, das conquistas tecnológicas, do avanço das ideias e concepções arrojadas que serão entregues às gerações que estão chegando, e sem perder de vista o trabalho realizado pelos antecessores do hoje, concluir que a tarefa e a responsabilidade de conquista do desenvolvimento é sem qualquer dúvida, o entrelaçamento de todas as gerações que forjaram e das que estão construindo a história de Imperatriz.

WILTON ALVES

Não há como rever a história atual de Imperatriz sem inserir o nome de Raimundo Moraes Barros - Mundico Barros - que além de olhar à frente do seu tempo, ainda tinha a responsabilidade de desafiar tempo e espaço para que a cidade cumprisse o papel a ela destinado como predestinada em relação às conquistas sociais, culturais e econômicas que a transformariam na maior e mais importante cidade do interior maranhense.
No final da década de 50 e início dos anos 60 com a rodovia Transbrasiliana concluída, embora sem asfalto, assim como o traçado da nova cidade elaborado por Mundico Barros, o emergente mercado econômico exigia medidas urgentes para a sua consolidação, e entre as medidas, estava a união dos empresários da época para fazer frente às constantes ingerências do Estado nas atividades desenvolvidas pelo município, inclusive a atividade política.
Motivado pelas perspectivas de Imperatriz em relação ao seu futuro, Mundico Barros se une ao mais importante empresário da cidade no início dos anos 60, o então jovem Manoel Ribeiro Soares. Essa união resultou em uma reunião no dia 1º de fevereiro de 1960, na Prefeitura, para a que fosse fundada a Associação Comercial de Imperatriz, tendo sido eleito pelos empresários participantes da reunião, como primeiro presidente da entidade, o próprio Manoel Ribeiro Soares, e com ele os primeiros passos para a consolidação de Imperatriz como pólo de referência e integração do Sul com o Norte/Nordeste do País.
Em 1972 em razão de uma emergente industrialização, em especial depois de duas importantes indústrias, o primeiro curtume e a primeira torrefação e moagem de café (Café Viana), do empresário João Viana e o recrudescimento das usinas beneficiadoras de arroz, a entidade passou a denominar-se como Associação Comercial e Industrial, destacando-se o trabalho do então presidente, Francisco Santos Soares (Franciscano), para que a mudança da nomenclatura fosse então mudada. Um ano depois, em 1973, o então presidente Francisco Santos Soares (Franciscano), instala a primeira sede própria da ACII, na Avenida Getúlio Vargas.
TRANSIÇÃO - Quando assume a presidência da Associação Comercial e Industrial de Imperatriz, em 1978, o empresário Ildon Marques de Sousa, de visão futurista, não consegue superar muitas das dificuldades do período, principalmente na questão social e cultural, pois a entidade não conseguia alcançar um número expressivo de associados, o que levou o presidente a afirmar que "a situação era delicada porque Imperatriz estava vivendo um período de transição, tempo em que a sua sociedade estava ainda em formação, e que os empresários, com junta razão, tinham que trabalhar no sentido de consolidar suas atividades empresariais."
Ildon Marques tinha suas razões a respeito desse período de transição, pois no final de 1979 e primeiros dias do ano de 1980, foi feito um projeto via iniciativa privada com parceria entre a ACII e Prefeitura para a realização da I FAIMP. O projeto foi abortado porque o único empresário da cidade a acreditar na proposta foi João Matiolli (Frigorífico Vale do Tocantins), inclusive contratando uma empresa de São Paulo para elaborar o modelo daquele que seria o cartaz do evento. Na época o então diretor do extinto Departamento de Turismo da Prefeitura, Pedro Torquato (1980/1981), lamentou o problema e disse que sem as parcerias o projeto só com a participação da Prefeitura era um projeto inviável.
FEIRA DO COMÉRCIO - Entre os anos de 1992 e 1994 a Associação Comercial e Industrial de Imperatriz, superando o período de transição que se mantinha, pressiona o empresário Carlos Gaspar, então presidente estadual do SEBRAE, para instalar uma representação do órgão na cidade. Feita uma parceria, o SEBRAE vem para Imperatriz e inicia suas atividades em um anexo da sede da ACII.
Neste período a ACII em parceria com o SEBRAE realiza a I FECOMÉRCIO nas antigas instalações das Casas Uberlândia, onde também foi instalada a segunda edição do evento. Posteriormente a nomenclatura da FECOMÉRCIO foi mudada para FECOIMP.
Outra conquista importante neste período, reivindicada pela ACII, foi a criação, pelo Estado, da primeira subsecretaria de estado para o interior, vinculada à Secretaria de Indústria e Comércio, também instalada em um anexo da ACII. O primeiro subsecretário de estado para a região tocantina, com sede em Imperatriz, foi o economista Enéas Nunes Rocha.
Apesar da transição social, de todos os desafios e adversidades, uma das maiores conquistas da Associação Comercial e Industrial de Imperatriz aconteceu em 1998, na gestão do presidente Vilson Estácio Maia, que ousou no tempo e espaço ao adquirir um imóvel e construir o Palácio da Indústria e Comércio de Imperatriz, inclusive agregando outras instituições afins, como a Câmara dos Dirigentes Lojistas.
Vilson Maia esteve à frente da ACII por oito anos, tendo realizado uma das mais profícuas administrações da entidade desde a sua fundação.