Não há dogmatismo ou sentido hiperbólico afirmar a predestinação de Imperatriz em superar adversidades e desafios quando a cidade, em todos os seus períodos, teve ao seu alcance projetar e alcançar o seu futuro, demonstrar que tudo é possível quando se mantém acesa e viva a chama da fé, quando se crê verdadeiramente que o transcendental pode se materializar conforme a visão estabelecida, aceita e praticada por todos aqueles que acreditam estar cumprindo uma missão. No contexto, a cidade teve seu progresso e desenvolvimento norteados por esta capacidade de realizar o "impossível" mesmo quando muitos sequer acreditavam até mesmo no "possível", o que torna relevante ressaltar a importância de lideranças religiosas na formação histórica do município, em todos os sentidos, uma vez que cada instituição - ou denominação - sempre contribuiu para que a cidade em suas diversas fases de trabalho e história, mantivesse como alvo principal o próprio homem, o ser humano que despojado dos seus próprios interesses nestas paragens do Tocantins estivessem construindo o mais ousado projeto da integração nacional, e Imperatriz, como o seu centro irradiador, de convergência e expansão de um longo trecho constituído pela rodovia Transbrasiliana. Assim é possível entender a imensurável contribuição de todas as igrejas cristãs existentes na cidade, e entre elas a Assembleia de Deus, para que Imperatriz se constituísse em uma referência nacional nesta história que se confunde e se entrelaça com a sua própria história.
Wilton Alves
Fundada em Belém (PA) em 1911 pelos missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus chegou a Imperatriz e deu os seus primeiros passos no dia 16 de setembro de 1952, data em que o pastor Plínio Pereira de Carvalho ministrou o primeiro culto na cidade. Como ainda não havia um templo, o culto foi realizado na residência da senhora Felícia Rodrigues Bandeira, conhecida pela igreja como Irmã Bilú. Sua casa estava localizada na Rua Cel. Bandeira. Os cultos assim permaneceram até 1954.
Nesse mesmo ano de 1954 assume a direção da Igreja em Imperatriz o pastor Luís de França Moreira, que com a colaboração dos membros, adquire um terreno na Rua XV de Novembro (atual Rua Frei Manoel Procópio) esquina com a Rua Gonçalves Dias e constrói o primeiro templo da instituição em Imperatriz, que foi consagrado em 1955. Era o primeiro de muitos que viriam a seguir, destacando-se os mais antigos, que foram Congregação Canaã, Congregação Ebenezer e Fonte de Elim.
O pastor Luís de França Moreira ficou à frente da Igreja até 1984, quando faleceu, sendo substituído na direção (presidência) da Assembleia de Deus, pelo pastor Jairo Saldanha de Oliveira.
Visão de futuro
Ainda em 1984, após o falecimento do pastor Luís de França Moreira, seu sucessor, o pastor Jairo Saldanha de Oliveira, alimenta o projeto de construção de um grande templo. A ideia inicial era de adquirir um terreno ao lado da primeira congregação, a Jerusalém, que seria demolida para a edificação de um novo e grande templo. Como o valor do terreno estava além das possibilidades da igreja, começaram a procura por outro, que foi encontrado, mas faltavam 417 milhões de cruzeiros (valor da época) para pagá-lo à vista.
O pastor Jairo Saldanha então solicita à Imobiliária Alva-Luz permissão para fazer uma limpeza no térreo e ali realizar um culto. O mutirão para essa limpeza aconteceu no dia 25 de dezembro de 1985, e em seguida, no dia 29, com o terreno já limpo, foi realizado um culto para arrecadar, se fosse possível, o valor da entrada do terreno, uma vez que a Imobiliária Alva-Luz, nas negociações, havia deliberado fazer um parcelamento do valor total do imóvel. Terminado o culto e somadas as ofertas, que incluíram anéis de formatura, bicicletas e outros bens de valor, o terreno foi pago à vista e ainda houve dinheiro suficiente para a compra de mil sacas de cimento.
Com a chegada do ano de 1986, a igreja programa uma grande cruzada evangelística para conseguir os recursos necessários para o início da construção do novo templo. Outros trabalhos se seguiram, e nesse meio tempo, Luís de Sousa Lima, conhecido pela igreja como Luizão da Banda, que era construtor por ofício, desenvolve o projeto arquitetônico do templo, começando com a construção de um muro separando o terreno dos demais existentes na área.
Trabalhando nesse sentido, no dia 26 de agosto de 1986 o pastor Jairo Saldanha de Oliveira, ao lado de lideranças e membros da igreja, faz o lançamento da Pedra Fundamental daquele que seria o segundo maior templo evangélico da América do Sul.
Burocracia
Para que a obra de construção do templo fosse realmente iniciada, seu projeto deveria ser aprovado pelo CREA. Assim o projeto inicial já elaborado foi assinado pelo engenheiro civil Otoniel Gomes da Costa, enquanto que o elétrico, hidráulico e telefônico, foi assinado pelo engenheiro Alberto Milhomem.
De posse desses documentos Luis de Sousa Lima (Luizão da banda), lança a primeira estaca do lado esquerdo do templo. A obra estava iniciada, seguindo-se grandes mutirões nos sábados e domingos com mais de 300 membros da igreja trabalhando, inclusive levando suas próprias ferramentas, e assim somando aos 60 trabalhadores que haviam sido contratados como pedreiros, carpinteiros, armadores e serventes. Estes mutirões duraram cerca de cinco anos, sempre sob a responsabilidade de Luizão da banda e a participação de Antonio Branco e Davi Vieira. Com o afastamento de Luizão da banda, assume essa responsabilidade o jovem Davi Vieira, ficando nessa função de 1994 a 1998, quando a obra passa a ser dirigida por Samuel Cavalcante Batista, secretário de obras da igreja, que também a concluiu em 1999.
Nova direção
Em meados de 1993, assume a presidência da Igreja o pastor Raul Cavalcante Batista, e com ela a responsabilidade de concluir o novo templo e entregá-lo à cidade de Imperatriz.
Com alguns anos de intenso trabalho que consumiu 13 mil sacas de cimento e aproximadamente 200 toneladas de ferro, a construção alcançou 4.620 metros quadrados dos 6 mil da área total, pois além do templo estavam prontas as salas para trabalhos administrativos, banheiros e sanitários, bem como um refeitório para aproximadamente 800 pessoas.
Com esse novo quadro e sob nova direção da Igreja, o pastor Raul Cavalcante Batista entrega à cidade o novo Templo Central da Assembleia de Deus com acomodações para mais de 12 mil pessoas confortavelmente assentadas. Isso aconteceu no dia 15 de dezembro de 1999 com a presença de autoridades do Município, bem como a presidência e diretoria da Convenção Nacional das Assembleias de Deus.
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