Tradicionalmente conta-se a história de Imperatriz dividindo-a por períodos ou ciclos econômicos, quando na verdade os períodos deveriam ser apenas históricos, embora cada um tivesse, ou ainda tem, importância imensurável para a economia do município, pois a tradição não pode e não deve estar desassociada da própria história, até porque uma só existe em razão da outra, e ambas têm conotações econômicas que convergem para o desenvolvimento social, cultural, político e crescimento urbano, além de configurar, por meio do tempo, o crescimento vegetativo que se entrelaça com o movimento migratório que deu origem à cidade de hoje, que passou a contar, também, com uma população flutuante das mais expressivas e que certamente dá uma contribuição extraordinária ao próprio desenvolvimento econômico. Em assim sendo, torna-se necessário conceituar Imperatriz em seus vários aspectos, contudo sem perder de vista as conexões existentes que foram estabelecidas ao longo do tempo, dando-se ênfase especial aos personagens que promulgaram cada período histórico que deu origem aos demais aspectos, destacando-se o econômico e as razões que o estabeleceram e consolidaram desde a fundação do povoado até os dias de hoje, não como ciclos, mas como marcos notáveis de uma visão, em cada tempo, de pioneiros, migrantes e imigrantes que "descobriram" a nova terra e lhe projetaram, inclusive a uma diversificada economia capaz de absorver cada segmento social e produtivo da cidade, tanto da indústria da construção civil, prestação de serviços e ainda do embrião de Imperatriz, o agronegócio.
Wilton Alves
O que se pode considerar como primeiro período, embora controverso, foi o iniciado em 1852 com a chegada de frei Manoel Procópio do Coração de Maria, uma vez que, pelo menos dois anos antes, a povoação dava seus primeiros passos com a vinda de Amaro Batista Bandeira à região para formar a sua Fazenda Fortaleza.
Tem-se como certo e histórico que a primeira casa do povoado foi construída por ele nas imediações de onde hoje está localizado o Hospital da Unimed, na Praça da Metereologia. Outras edificações foram feitas até a chegada do padre, que construiu a primeira igreja católica da localidade e deu início a um tempo de novas edificações, uma vez que outros proprietários rurais começaram a se interessar pela região, rica em água e de solo fértil, mas principalmente dando início à criação de gado bovino, o que explica o surgimento de várias fazendas, inclusive onde hoje se localiza, principalmente, o atual centro da cidade, assim como o Parque dos Buritis e até mesmo a vizinha João Lisboa, cuja origem foi a Fazenda Gameleira, de propriedade do senhor Simplício Moreira.
Neste primeiro período, a partir do início da povoação, surgiu a primeira rua, chamada de Rua Grande, que passou a abrigar as mais importantes instituições do povoado, como uma prefeitura, delegacia de polícia, farmácias e a primeira agência dos correios. Historicamente, este período durou exatos 72 anos e foi responsável pela abertura de mais duas ruas, as atuais Rua Coronel Manoel Bandeira e Godofredo Viana.
Segundo período - Com o Decreto nº 1179 do dia 22 de abril de 1924, do então presidente do Estado do Maranhão, Godofredo Mendes Vianna, elevando a Vila de Imperatriz à categoria de cidade, tem início o segundo período histórico da cidade, marcado principalmente pelas conquistas no campo da política, ao mesmo tempo em que o Estado, que sempre havia ignorado a cidade, passa a fazer oposição às lideranças locais, que ainda assim conseguem avançar e literalmente conseguir muitos avanços para a época, em especial no setor da construção civil, que passa a atrair novos empresários e a fomentar o desenvolvimento econômico da cidade.
Relevante ainda é considerar que nesse segundo período a cidade avançou também em seus aspectos sociais e culturais, em especial pela presença de escolas, tanto públicas quanto privadas, destacando-se o Grupo Escolar Governador Archer e a Escola Santa Teresinha, que deram uma nova visão à cidade que conquistava também uma projeção imensurável em seu desenvolvimento urbano, inclusive com uma melhoria de vida até então impensável para o período.
Ainda neste segundo período, já com a abertura da Praça de Fátima, no total de 36 anos, que é de 1924 a 1960, a conclusão de abertura da rodovia Transbrasiliana traz novas dimensões para Imperatriz e encerra este período com uma expansão urbana das mais relevantes, sem qualquer precedente nas regiões Norte e Nordeste, principalmente porque nesse período a cidade conhece também a sua mais profícua e salutar corrente migratória. Brasileiros vindos de todos os estados consideravam a cidade que surgia como um verdadeiro "eldorado" e propício aos mais relevantes investimentos na área econômica, que acabou vencendo as especulações para manter-se de forma definitiva ao optar por investimentos de longo prazo em setores não transitórios como foram os ciclos defendidos por historiadores sem considerar os períodos históricos que deram origem à cidade.
Terceiro período - Não resta a menor dúvida de que o terceiro período histórico de Imperatriz tenha começado em 1960, tanto pela abertura de novas ruas por Mundico Barros quanto pela conclusão da rodovia Transbrasiliana. Neste terceiro período foram realizados os maiores investimentos na economia do município com a chegada de grandes empresas, alguns transitórios, como foi o caso das madeireiras e arrozeiras.
Historicamente é preciso ressaltar que foi somente a partir de 1973, com a rodovia Transbrasiliana totalmente asfaltada, que Imperatriz começou a receber maiores e mais importantes investimentos em sua economia, em especial porque a cidade acabou se constituindo no grande "entroncamento" de ligação do Sul com o Norte/Nordeste do País.
Este fator atraiu investidores praticamente de todos os estados brasileiros, assim como uma nova e expressiva leva migratória, além de dar uma contribuição imensurável à construção civil para atender, não apenas novas moradias, mas também para a instalação de novas empresas e o atendimento da prestação de serviços em franca expansão na cidade.
É temerário afirmar que este terceiro período tenha sido encerrado, mesmo com a expansão urbana de hoje e os investimentos que foram realizados, inclusive na área educacional com a abertura de vários cursos de ensino superior, destacando-se ainda o comércio atacadista, distribuidoras de veículos e uma indústria crescente, responsáveis por uma economia estável que possibilita projetar Imperatriz em todas as áreas, mas principal e historicamente em relação à construção civil que hoje se expande para os lados e para o alto.
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