É surpreendente não constatar, alhures, uma expansão urbana semelhante à de Imperatriz, que de uma população de 36 mil habitantes na década de 70, tenha hoje uma população estimada em 300 mil, e não fosse a ausência de investimentos públicos, este número poderia ser muito maior se somado ao que é realizado pela iniciativa privada, por pioneiros e migrantes que vislumbram no "entroncamento" geográfico de Imperatriz a potencialidade para transformar a cidade, também, como principal, maior e importante sistema de integração nacional, e assim atraindo novos investimentos e projetando Imperatriz como "capital econômica" neste lado esquecido do Maranhão, mas que é responsável, diretamente, pelas conquistas e desenvolvimento de toda a região tocantina em todas as suas atividades, notadamente nos aspectos sociais que promovem melhor qualidade de vida por meio da geração de emprego e renda que proporciona avanços nas áreas da saúde, educação e promoção cultural, em especial porque o alicerce é a indústria da construção civil, principal aliada da prestação de serviços, o que sempre resulta na expansão urbana da cidade, no surgimento de bairros e vilas, e modernamente na execução de grandes projetos na área dos condomínios fechados, uma alternativa excepcional na área dos investimentos que consolida o modelo econômico da cidade.
Wilton Alves
Ainda no início dos anos 60, com a Avenida Bernardo Sayão se constituindo na última fronteira da cidade, no Bairro Juçara, teimosamente a Rua Ceará a transpõe para dar início a um novo bairro, o da Nova Imperatriz, lembrando que a Rua Rio Grande do Norte também é parte integrante deste desenvolvimento urbano e histórico para a cidade, principalmente em razão de um crescimento que levou à conquista de novos espaços e ao surgimento de novos caminhos residenciais como o bairro Santa Rita, Santa Inês, Bom Sucesso, Boca da Mata e outros, além de contribuir para uma expansão econômica como se houvesse mais de uma cidade com o nome de Imperatriz.
Poder-se-ia afirmar que nos primeiros anos da década de 60 o bairro da Nova Imperatriz seria mais uma favela na cidade. A precariedade das primeiras ruas e das edificações residenciais, a ausência de estabelecimentos comerciais e prestação de serviços projetavam um setor extremamente pobre, sem perspectivas de uma ocupação urbana racional, notadamente na área da construção civil. Ainda assim, neste período, o topógrafo (agrimensor) prático Vicente Bernardino Bezerra Fialho não se intimidou e continuou abrindo novas ruas, ampliando os espaços até então ocupado por propriedades rurais, pequenas quintas e sítios ali localizadas.
Evolução
A década de 70 demonstrou que a expansão urbana de Imperatriz não ficaria limitada pelas ruas Ceará e Rio Grande do Norte, assim como o trabalho do topógrafo Vicente Bezerra Fialho não seria em vão, pois vários fatores nesta década dariam uma contribuição imensurável ao bairro da Nova Imperatriz. Entre os muitos investimentos realizados, a instalação do 50º BIS na cidade e a construção da Vila dos Oficiais; a construção do primeiro condomínio fechado pela Caixa Econômica Federal, na Rua Rio Grande do Norte e o conjunto residencial Nova Imperatriz completariam o trabalho da expansão urbana da cidade a partir da fronteira natural constituída pela Avenida Bernardo Sayão.
O ápice do desenvolvimento urbano da Nova Imperatriz, no entanto, foi alcançado na década de 80 quando a Rua Ceará foi totalmente asfaltada e passou a ensejar novos investimentos, em especial pela indústria da construção civil. Nesta década é construído o residencial Minas de Prata e entra em operação o sistema Embratel de comunicação; como consequência destes investimentos a expansão urbana de Imperatriz, via Nova Imperatriz, inaugura o Centro Federal de Educação Tecnológica, atual INFMA, o que resultada em nova expansão da cidade e a criação de novos bairros e vilas.
Valorização
Ainda como resultado dos investimentos realizados na década de 80, foi possível diagnosticar a Rua Ceará como a "espinha dorsal" da Nova Imperatriz em relação a diversas ruas, entre elas a Rio Grande do Norte, Pernambuco e Piauí, além das transversais a partir da Rua Fortunato Bandeira. Se por um lado houve uma grande valorização imobiliária a partir dos anos 90, por outro houve um recrudescimento econômico em razão da construção civil e da prestação de serviços no bairro, abrangendo como um todo as atividades inerentes ao setor.
Com o decorrer dos períodos históricos, o bairro da Nova Imperatriz, como ainda acontece nos dias de hoje, transformou-se em uma das melhores alternativas residenciais da cidade, resultando daí o seu crescimento também na vertical, em especial após a entrega à sociedade do Edifício Meridien, um arrojado investimento da construção civil para o período, que até então, no bairro, dava créditos tão somente ao crescimento horizontal da cidade.
Indiscutivelmente, o bairro da Nova Imperatriz é uma referência para a cidade e continua dando uma contribuição inestimável à economia do município, como também é verdadeiro o trabalho de migrantes e pioneiros que acreditaram nas potencialidades de Imperatriz e na sua capacidade de desenvolvimento urbano para receber investimentos, como ainda recebe, para configurar a sua excelência de vida e as oportunidades de trabalho que caracterizam todos os seus fatores econômicos. Assim é a Nova Imperatriz, assim é também a sua história.
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