A expansão urbana de Imperatriz, ao longo dos períodos históricos, em muitos casos lança dúvidas sobre a origem ou a continuidade do processo de ocupação de terras antes
destinadas tão somente a propriedades rurais, principalmente porque eram áreas devolutas de propriedade da União. Como então um desenvolvimento urbano sem o
constrangimento da Lei? Invasões legitimavam a ocupação e a posse. Propor uma expansão urbana e valorização imobiliária no início dos anos 60 era uma utopia e considerando a emancipação política do povoado Gameleira, em 1961, e uma população daquela comunidade, em 1977 estimada em pouco mais de 2.500 habitantes, na realidade não poderia permitir uma projeção para a expansão urbana de Imperatriz, naquele período, que não fossem além da primitiva Avenida Getúlio Vargas até a entrada principal da Vila Nova, na confluência da atual Rua Tancredo Neves. A falta de investimentos e perspectivas de valorização imobiliária constituía-se em fronteiras intransponíveis à expansão urbana. No entanto a história de Imperatriz é feita de contrastes e de realização de projetos inviáveis e impossíveis, como acontece ainda hoje com a Avenida Pedro Neiva de Santana, que na verdade é uma rodovia estadual mas com todas as características de uma expansão urbana moderna, de investimentos que projetam uma valorização imobiliária sem precedentes no mercado econômico da cidade, e mais uma vez a indústria da construção civil se faz presente determinando investimentos nas áreas do comércio e da prestação de serviços promovendo uma verdadeira integração da cidade velha com o emergente centro e a cidade nova.
Wilton Alves
Na segunda metade dos anos 70, o novo Entroncamento estava em franca expansão e o fato de a Avenida Getúlio Vargas se constituir na saída para a emergente cidade de João Lisboa criava a expectativa do crescimento de Imperatriz naquela região, tanto na perspectiva de novos estabelecimentos comerciais quanto pela alternativa residencial que a cidade vivenciava com uma demanda cada vez mais expressiva.
Em 1978, logo após a eleição do senhor Edison Lobão para a Câmara dos Deputados, uma quadrilha orquestrava a invasão da fazenda de propriedade do cidadão conhecido por Espanhol; construíram casas de taipas cobertas de palha e lhe deram o nome de Vila Lobão. Era o começo de uma expansão urbana sem planejamento e o início de novas invasões que resultaram em novos bairros e vilas, sempre com o nome de políticos que estavam no exercício do poder, o que era uma garantia para a manutenção de uma posse ilegal, visto que loteamentos planejados e legalizados também foram invadidos na mesma região sob a influência da Pedro Neiva de Santana.
Ainda assim, a expansão urbana de Imperatriz naquela região estava destinada a vencer desafios, a se constituir em uma das regiões mais valorizadas da cidade, contribuindo para isso a visão da iniciativa privada e os investimentos que eram e ainda são realizados em todas as atividades do desenvolvimento humano.
Investimentos
No final dos anos 70, a concepção é de que a Pedro Neiva de Santana, em razão do que havia acontecido com a Vila Lobão, se tornaria em mais uma favela na expansão urbana, visto que no outro extremo da cidade eram concluídas as primeiras mansões do Jardim 3 Poderes. Realmente um grande contraste social naquele período, não fossem também os grandes investimentos imobiliários que começavam a substituir as propriedades rurais até então existentes ao longo da estrada para João Lisboa.
Assim, no início dos anos 80 a estrada de João Lisboa (Avenida Pedro Neiva de Santana) é definitivamente incorporada à expansão urbana de Imperatriz com o lançamento de condomínio fechado Parque da Lagoa, iniciativa do médico Antonio Leite Andrade, que entregou a responsabilidade técnica do empreendimento à empresa Dimensão 3, que contava com o trabalho diferenciado do arquiteto Ariosvaldo Pacheco (Vadinho), um dos nomes mais importantes no histórico da cidade quando o assunto é desenvolvimento urbano.
Com o lançamento do condomínio Parque da Lagoa no começo dos anos 80, outros investimentos imobiliários começam a mudar a urbanização da Pedro Neiva de Santana, assim como em sua razão de ser (o entorno), proporciona investimentos em diversas outras áreas da região, inclusive no setor educacional e na melhoria da construção civil, uma vez que o padrão de qualidade passa a ser uma das exigências da demanda e a fazer parte dos novos investimentos, a tal ponto de tornar presumível "emendar" Imperatriz com a vizinha João Lisboa.
Transformações
Com o advento da energia elétrica e a construção da rebaixadora na Pedro Neiva de Santana no início dos anos 80, foi determinante no final desta década, ao então governador Epitácio Cafeteira, ampliar e asfaltar, com qualidade, toda a extensão da rodovia, o que implicou em novos investimentos e profundas transformações na expansão urbana de Imperatriz, em especial com a construção de conjuntos residenciais e uma surpreendente valorização imobiliária.
Hoje com duas pistas e iluminada, a Pedro Neiva de Santana é uma referência do desenvolvimento urbano da cidade, visto a motivação da iniciativa privada em lançar novos condomínios fechados e loteamentos, com infraestrutura, que certamente devem resultar, como tem acontecido historicamente, em melhor qualidade de vida, pois a construção civil, de acordo com a realidade do mercado, prima pela excelência das novas edificações.
Em decorrência da expansão urbana via Pedro Neiva de Santana, houve também uma expressiva expansão das atividades empresariais, destacando-se o comércio e a prestação de serviços, o que resulta não apenas na valorização imobiliária, mas principalmente como fator de fortalecimento da economia do município, haja vista o próprio crescimento da cidade em toda aquela região e os investimentos que são feitos em novos bairros e vilas que são criados em razão desta avenida que liga Imperatriz à vizinha cidade de João Lisboa.
O estranho neste histórico é que tecnicamente a Avenida Babaçulândia simplesmente não existe. No mapa rodoviário do Maranhão, a MA-122, ou rodovia Pedro Neiva de Santana, começa no entroncamento, e não na confluência com a Rua Duque de Caxias, embora esteja inserida no contexto urbano de Imperatriz como se realmente pertencesse ao município, e não ao Estado.
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