Wilton Alves
Não há como de monstrar o crescimento horizontal de Imperatriz sem estabelecer um paralelo com o seu passado, com a cidade que se encontrava "limitada" por dificuldades aparentes aos olhos céticos de uma população habituada a reclamar e cobrar atitudes do poder público sem que ela mesma, a sociedade, por seu turno, pudesse vislumbrar, além horizontes, tudo aquilo que era percebido por uma massa migratória cada vez maior e mais atuante em todos os setores produtivos do período.
Adversidades e problemas existiam para ser superados, para efetivamente consolidar uma transposição do tempo em relação ao futuro, e mais uma vez o efeito "dominó" da construção se faria presente nessa empreitada, tão desafiadora quanto possível de ser levada a efeito, inclusive com a participação e apoio da população nativa, que nesse momento abre seus olhos para uma nova perspectiva da cidade.
Poder-se-ia afirmar, sem sofismas ou pragmatismo, que a cidade do passado era desprovida de bairros e vilas, que "tudo era perto" e somente se justificaria o "longe" como a presença do Curtume e o Matadouro Municipal. Esses dois empreendimentos jamais poderiam estar "perto" da zona residencial; e foi o que realmente aconteceu, antes que a cidade tivesse um impulso extraordinário para o seu crescimento na horizontal.
Muito além do centro
Historicamente, nesse lapso de tempo, é salutar a lembrança da "feirinha do Bacuri", em seus primórdios, localizada na periferia da cidade, o que leva ao entendimento de que a localização do matadouro estava muito além desse horizonte. A via de acesso a ele, na época, era tão somente a rua Simplício Moreira, que a partir da antiga Escola Técnica Amaral Raposo, não passava de uma estrada "carroçável", deixando o logradouro público bem "longe" do centro da cidade. Mas o tempo passou, e com ele a necessidade de modernizar e levar para outro local um matadouro que agora praticamente já se encontrava nas cercanias da cidade, mas que no vocabulário hodierno, em uma periferia inconcebível para uma cidade em crescimento.
Construiu-se um novo matadouro na Estrada do Arroz e a periferia do antigo já não era tão periferia assim, pois em seu lugar foi construído, mas não chegou a funcionar, aquele que seria o Hospital Municipal de Imperatriz.
O progresso havia chegado e na área do antigo matadouro foi construída também a Praça Dilermando Reis, e onde estava localizada a periferia transformava-se agora em um dos setores mais valorizados e importantes de Imperatriz, como se ali estivesse sendo construída uma nova cidade, pois o "grande Bacuri" dispõe de todos os segmentos indispensáveis para satisfazer todas as necessidades de seus moradores, em especial nas áreas comercial, serviço público, prestação de serviços e um expressivo crescimento na área industrial, em um primeiro plano, com a instalação de grandes cerâmicas.
Crescimento ordenado
Em razão do crescimento horizontal, tornou-se evidente a abertura de novas ruas e avenidas, destacando-se, em relação à Praça Dilermando Reis, a pavimentação da rua Leôncio Pires Dourado e a abertura da rua Rafael Almeida Ribeiro, que vai até a praça e está plenamente urbanizada. No entanto, por negligência do poder público, a única placa indicativa que deveria constar o nome da rua, equivocadamente, a indica como RUA PROJETADA.
Evolução
Ratificando que o crescimento e também o desenvolvimento do grande Bacuri não foram obra do acaso, mas o resultado de um trabalho que conseguia vislumbrar o futuro da cidade, das pessoas que ousavam acreditar em todas as potencialidades de Imperatriz, em especial na construção civil por meio de novos empreendimentos que se tornariam o alicerce para o seu crescimento na horizontal, em um período não muito distante, quando os céticos afirmavam que "ninguém com a cabeça no lugar escolheria construir a sua casa no meio do mato", um autêntico visionário, o empresário Licínio Cortez haveria de demonstrar exatamente o contrário, que era possível morar no "meio do mato" que se transformaria em um dos setores habitacionais mais importantes e valorizados da cidade.
Foi assim que o "fazendeiro" Licínio Cortez ousou dividir a sua fazenda e planejar o loteamento PARQUE DOS BURITIS, onde também foi construído o primeiro conjunto habitacional de Imperatriz no bairro do grande Bacuri. As pessoas de visão aceitaram a ideia e foram morar no "meio do mato", e viram que essa visão foi fortalecida como investimento, e não como o resultado de quem "não estava com a cabeça no lugar".
O mato foi cedendo espaço para novas construções, e apesar das dificuldades, o setor passou a receber benefícios públicos, inclusive obras de saneamento. Além desse fator para o crescimento e desenvolvimento para o bairro conhecido como o Grande Bacuri, uma outra obra de grande importância havia sido realizada. Trata-se da construção da Estação de captação e tratamento de água da cidade, que acabou se constituindo em um novo polo de atração para a construção civil naquela região.
Apesar de todos os percalços e desafios, Imperatriz continua escrevendo sua própria história, se modernizando e vencendo obstáculos; crescendo e valorizando sua trajetória de lutas e conquistas ao longo do tempo, da abertura de novas ruas e avenidas que a projetam na construção do seu amanhã, e em especial, para edificar, nestas paragens do rio Tocantins, a cidade que a própria cidade sonha e almeja.
(A matéria de hoje é dedicada a dois personagens notáveis da história de Imperatriz: José Matos Vieira e Gregório Sodré Neto)
Publicado em Cidade na Edição Nº 14552
Pelas ruas e avenidas da cidade
Sob vários aspectos, a história de Imperatriz precisa ser recontada, demonstrar que as atividades desenvolvidas não são obra do acaso, mas o resultado de uma visão que extrapola o ceticismo de poucos e se alicerça no comprometimento de muitos que vislumbr
Comentários