A Rua Luís Domingues hoje é um exemplo de trabalho e conquistas imensuráveis

Quando se faz uma observação mais detalhada da história da evolução de Imperatriz, pode-se chegar à constatação de que houve uma verdadeira cumplicidade entre as ruas traçadas por Mundico Barros que estavam destinadas a promover uma real integração da cidade, em seu conjunto, para que o crescimento fosse ordenado, e assim proporcionar progresso e desenvolvimento devidamente sistematizados. A referência em relação à cumplicidade pode ser notada na maneira de como uma rua completa a outra, inclusive diversificando suas atividades e normatizando, nos dias atuais, o fluxo de veículos na cidade. Assim, pode-se observar, também na Rua Luís Domingues, que o seu processo de evolução é idêntico as demais ruas a partir da Getúlio Vargas, a "espinha dorsal" que caracteriza o povoamento central de Imperatriz, e em especial, que os mesmos desafios foram superados para que se tornasse viável a modernização urbana, fosse por meio de novos investimentos empresariais ou de novas edificações residenciais, com uma ênfase para a dinâmica que envolve o crescimento econômico daquela região, como também os investimentos realizados na área social e na construção civil, visto que na Luís Domingues foi construído, literalmente, o primeiro edifício de Imperatriz, que é o Centro Empresarial.

Wilton Alves

No início dos anos 60, a Rua Luís Domingues praticamente era um "amontoado" de casas nas proximidades da descida rumo ao rio Tocantins de onde saíam a produção de telhas e tijolos das olarias instaladas na antiga Travessa do Sul, e posteriormente da primeira cerâmica construída na cidade, a Cerâmica São Vicente Ferrer, na Luís Domingues, do pioneiro e empreendedor Sebastião Regis de Albuquerque. A partir daí a rua ficou estagnada por muitos anos nas imediações das ruas Coronel Manoel Bandeira e Godofredo Viana.
No decorrer dos anos 60 e 70, a rua começou o seu povoamento propriamente dito, inclusive com o surgimento das primeiras casas comerciais, embora na região predominassem as edificações residenciais. Entretanto, vencendo alagações e o grande areal existente a partir da atual Rua Maranhão, a Rua Luís Domingues seria o arcabouço de investimentos até então considerados incompatíveis, como exemplo, a construção de três grandes hospitais: Santa Tereza, São Marcos e o Instituto de Ginecologia e Obstetrícia. Vieram também grandes laboratórios de análises clínicas, além de setorizar para a cidade o grande comércio de componentes eletrônicos.
Notável ainda é o desempenho da Rua Luís Domingues em poucos anos de sua abertura. Antigas construções rústicas de taboas foram sendo substituídas por edificações modernas. Da antiga "quitanda" do "seu" Herênio a um expressivo mercado de trabalho que envolve os mais diversos segmentos da sociedade e da mão-de-obra qualificada. Isso significa afirmar que uma contribuição das mais importantes está ocorrendo em relação ao desenvolvimento da cidade, desde fatores econômicos nos mais diversos setores sociais e culturais de Imperatriz, já que na Rua Luís Domingues estão inseridos investimentos extraordinários nestas áreas, inclusive a Secretaria de Cultura do Município.

Luís Domingues

Poucas e raras informações existem sobre o personagem que empresta seu nome a uma das mais importantes ruas de Imperatriz, até mesmo porque historicamente ele não parece que não teve maior significância para com Imperatriz, pois como praticamente todos os governantes maranhenses do passado, a Vila Nova da Imperatriz praticamente não existia, mas na ausência de outros nomes, na época, a opção dos antigos vereadores na década de 60, era indicar personagens que foram importantes para o Estado, embora não tivessem qualquer relacionamento com a cidade.
Luís Antonio Domingues da Silva nasceu na cidade maranhense de Turiaçú em 1860 e faleceu em São Luís em 1922. Como todo filho de família abastada, também fez Direito em Recife, capital de Pernambuco, concluindo o curso na turma de 1883. Retornando ao Maranhão após a conclusão do curso, Luís Domingues ingressa na política elegendo-se Deputado Geral do Império, e posteriormente, já na República, elege-se deputado federal.
A trajetória política de Luís Domingues foi as mais promissoras, já que após ser deputado, elegeu-se presidente do Estado do Maranhão, exercendo o mandato de 01 de março de 1910 e 01 de março de 1914, morrendo 8 anos depois sem exercer nenhum outro mandato político.

Fazendo história

Para a época em que a Rua Luís Domingues buscava a sua evolução, para muitos era inconcebível a construção de dois patrimônios relevantes para a cidade, como uma escola e uma igreja. No entanto, foi exatamente isso que aconteceu, pois na Luís Domingues foi edificada a Igreja de São Francisco e a Escola Mourão Rangel. Em outras palavras, todos os desafios e obstáculos estavam sendo vencidos e a rua em pouco espaço de tempo, cumpria a sua finalidade de integrar aquela região ao contexto da Rodovia Transbrasiliana, que nesse lapso de tempo, também começa a receber expressivos investimentos na área empresarial, além de contribuir com a expansão urbana da cidade superando suas limitações geográficas da época, o que resultou inclusive no surgimento de novos bairros na cidade.
O efeito fazendo história continua com a integração da Rua Luís Domingues ao processo de desenvolvimento urbano da cidade, que mesmo sem contar com um planejamento adequado, encontrou seus próprios caminhos para se constituir, nos dias de hoje, como importante alternativa para novos investimentos em todos os setores da economia, em especial na área imobiliária, pois novas edificações são realizadas de acordo com as regras do mercado, cada vez mais exigente quando o assunto é qualidade e funcionalidade dos empreendimentos, cada vez mais modernos e em condições de atender uma demanda que cresce a cada dia e contribui com o crescimento da própria economia de Imperatriz.

Relembrando pioneiros

Principalmente em razão da ausência de um museu histórico e geográfico na cidade, e ainda pela omissão da Secretaria de Cultura em fazer um levantamento dos pioneiros de Imperatriz, poucos nomes podem ser lembrados, como o feirante "seu" Abrão, morador da Luís Domingues na esquina da atual Rua Maranhão, ou o empresário Oscar Aquino (leia-se Romy Placas), no mesmo endereço há 42 anos, testemunhando a evolução e modernização da rua, a antiga lagoa e areal até o asfalto dos dias de hoje, assim como a quitanda do senhor Herênio, nas proximidades da Rua Pará.
Grande contribuição ao desenvolvimento da Rua Luís Domingues foi dada por inúmeras famílias, como a pioneira que fundou a Panificadora Para Todos, assim como o médico José de Ribamar Carvalho Branco (primeiro pediatra de Imperatriz) e o Hospital Menino Deus; a educadora Angélica Fiquene, entre muitas outras, mas sem qualquer registro histórico para que elas pudessem ser lembradas como parte integrante de pioneiros migrantes que ainda hoje prestam relevantes serviços ao progresso da cidade.