Falar de Imperatriz, você precisa ter amor, paixão e ter nascido nas barrancas do meu majestoso rio Tocantins, que serviu de palco para desembarcar o seu fundador Frei Manoel Procópio trazendo consigo a sua padroeira e mãe Santa Teresa D’Ávila, a qual amamos muito e veneramos com um amor fraterno e gratos pelo berço acolhedor.
Quando eras pequena, tu tinhas três ruas pequenas e arenosas onde só os raios da lua cheia te iluminavam nas berlindas constantes onde se reuniam teus jovens em uma confraternização de carinho.
Minha querida cidade, lembramos com saudades dos festejos de nossa padroeira e do Bom Jesus, onde cada noite se comemorava aquela entrega de ramos. Era uma menina para juntos dançarem em um ambiente sadio e familiar.
Mesmo pelas dificuldades de comunicação, eu tive filhos guerreiros que souberam cuidar de mim com muito amor e dedicação.
Meu primeiro governante foi Gumercindo Milhomem, cuja família tradicional deixou marcado seu vínculo de cultura pelos seus filhos e netos: médicos, advogados, engenheiros, psicólogos, enfermeiros que com sua capacidade profissional estão levantando e ajudando a sua terra mãe.
Das mãos do seu ilustre filho Urbano Rocha, que lhe clareou com a primeira luz elétrica, iluminando assim as trilhas do caminho para o progresso.
Recebi das mãos de um homem de visão ampla, Simplício Moreira, pai de Renato Moreira, que me deu o primeiro Grupo Escolar Governador Archer, através do mesmo tive visão de como um homem, culto é através da educação que mostrou o caminho do professor.
Tive filhos guerreiros no comércio que, enfrentando as cachoeiras bravas do rio Tocantins, desciam rumo a Belém em busca de alimentos e mantimentos para sobrevivência do meu povo em barcos e balsas pequenas que demoravam meses de retorno.
Minha primeira usina de arroz e algodão recebi dos meus saudosos filhos Jonas Ribeiro e Manoel Ribeiro. Tive comerciantes ilustres: Abraão Milhomem, Anfilóquio Ribeiro, Antônio Rocha, Aguinelo Rocha, Francisco Herênio, que fez parte da administração como vice-prefeito dessa cidade. Guilherme Cortez foi meu primeiro agente de aviação de Imperatriz.
As famílias tradicionais e fundadoras de minha cidade são: Lopes, Maranhão, Herênio, onde nasceu a primeira educadora do Estado, Alzira Herênio, famílias Rocha, Moreira, Cavalcante, Martins, Bandeira e outras que me fogem a memória.
Quero agradecer ao saudosos Juscelino Kubitschek, que com sua coragem idealizou a abertura da minha Belém-Brasília, onde meu saudoso Moacir Milhomem fez parte dela. Por ela cheguei ao patamar do meu progresso imigrando meus visitantes que juntaram-se a nós com braços dados, tornando-se essa interminável cidade do progresso. Mais uma vez peço aos meus governantes que me olhem com o olhar de filhos adotivos desta belíssima e rica cidade, cuidem mais de mim, não me olhem com olhar vingativo e rancor. Eu sou bela e rica. Eu tenho a beleza natural de minhas matas de babaçu e terras férteis onde se produz tudo. Eu tenho um rio caudaloso e belo onde alimenta minha população com alimento rico que é o peixe. Deem-me um cais digno que seja um cartão postal à altura do que mereço. Foi através deste rio e das barrancas do mesmo que chegou Frei Manoel Procópio, desvendou meu rosto que estava escondido detrás desse mundo Brasil, dando-me o nome de Princesa do Tocantins. E por ser filha de uma Princesa, eu sou Rainha. Por ser uma Rainha, mais uma vez vos peço: prestigiem minha terra natal e tenham mais respeito com seus filhos, procurem governar com justiça e com honestidade e não com rancor e infidelidade.
Para se governar uma cidade tem que, em primeiro lugar, ter amor e carinho por ela. Imperatriz é uma cidade diferente do pedaço do mundo. Teve o privilégio de receber da Rainha Teresa Cristina um conjunto completo de pesos e medidas que hoje encontram-se em mãos de quem não tem nada a ver com seu passado.
Parabéns minha cidade, parabéns a quem teve e tem o privilégio de me governar. Que Deus lhes ilumine, fazendo-os mais honestos e justos.
Da filha Hildenê Herênio Ribeiro Milhomem
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