Ana Duarte, Antonio Leotério "Capijuba" e Jorge Braga, diagramadores de O PROGRESSO

Raimundo Primeiro

Hoje, comemoram-se duas importantes datas para o jornalismo. Em 28 de março, são festejados os diagramadores, bem como os revisores de textos e imagens, importantes atividades do ramo gráfico.
Os ofícios de diagramador e revisor também são desempenhados por jornalistas. Conforme os estudos, o escritor Machado de Assis foi um dos primeiros revisores brasileiros, antes de ingressar na literatura.  
Ao diagramador, compete a distribuição de elementos gráficos nas páginas de jornais e de livros. Já o revisor, trabalha, por meio de conhecimento apurado do vocabulário, corrigindo imagens e textos, eliminando, desta forma, erros de sintaxe, ortografia e pontuação. 
O jornalista, escritor e pesquisador Edmilson Sanches, diz que uma publicação (livro, jornal, revista etc.) tem um ros. Ou seja, quem faz essa verdadeira "cirurgia plástica da face" é o diagramador. Junto com o editor, imagina qual a melhor letra para o texto, o espaço entre as linhas, se se dividem o texto em colunas, se se deixam ou se se preenchem lacunas.
"A diagramação decide, ou sugere, como um trabalho (livro, revista, jornal) deve ficar. Feita com a ajuda de poderosos microcomputadores, a diagramação é, antes de tudo, produto da mente. Da experiência profissional, da competência técnica, mas, sobretudo, da sensibilidade estética. Como um cirurgião plástico, que ajeita um rosto, mas não o usa, o diagramador é aquele que delineia as feições de algo que ele não é dono", reforça Sanches.
O jornalista, amante da fotografia e cronista Elson Araújo, também falou sobre a arte de revisar. Segundo ele, nem sempre o olho do autor é suficiente para enxergar todos os detalhes de um texto. "Há sempre um detalhe a ser revisto e posto no seu devido lugar. Trabalha em casa muito bem com o diagramador, que tem a nobre missão de cuidar do que é 'colocado no papel' para encantar o leitor, que não resiste a um texto bem redigido e bem-posto".
Veterano jornalista da imprensa imperatrizense e marabaense, no Pará, Domingos Cézar, também escritor e poeta, ressalta que os diagramadores e os revisores são fundamentais para os jornais. "Para mim, ambos têm a sua importância no fechamento de um jornal escrito. O diagramador, por calcular a quantidade de matérias, de fotos e o corpo (tamanho) da letra utilizada em cada matéria. Ao revisor, cabe a difícil missão de corrigir o erro ortográfico da matéria, para que o leitor possa lê-la sem nenhum erro, o que cobra muita atenção do revisor". 
Pioneiro no jornalismo impresso, O PROGRESSO também fez escola, ensinando muitos dos profissionais, nas diversas áreas do setor, da Redação a Oficina, passando, obviamente, pela Revisão e a Diagramação, que estão atuando com competência no mercado, tanto na cidade quanto em importantes centros de desenvolvimento do país. 
Tendo iniciado, lá nas priscas eras do jornal, na Fotomecânica, processo de impressão utilizado em oficinas de artes gráficas, por meio do qual era possível imprimir muitas provas a partir da mesma matriz, Antônio Leotério avançou. O profissional não mediu esforços para acompanhar o processo de evolução de O PROGRESSO.
Hoje, Leotério, mais conhecido por "Capijuba", integra o Departamento de Diagramação do diário, ao lado de Ana Duarte, e de Jorge Braga, "discípulo" do jornalista Frederico Luiz. Aprendeu a diagramar quando esteve no Jornal Capital, órgão de propriedade do Sistema Tucanus de Comunicação, fundado por Conor Farias (in memoriam).
Concluindo, o jornalista Edmilson Sanches também falou sobre Revisão, acrescentando já ter escrito Luís Fernando Veríssimo: "defendo a tese de que o revisor gráfico é o homem mais importante da cultura ocidental. Um revisor mal-intencionado pode acabar com a civilização como nós a conhecemos".
De acordo com Sanches, "revisão é ciência com consciência. É senso, sentido, sensibilidade. Também sentimento. A revisão é onde se confere a conformidade do texto, isto é, a revisão confirma se tudo está 'nos conformes'. Verifica-se se o que está pronto para ser impresso corresponde ao que foi entregue - ou, de preferência, melhorado, pois que revisado, quando não revisto. Via de regra, a revisão corrige eventuais descuidos de linguagem, avança um pouco nos cuidados com o estilo. Com o monóculo ou microscópio, bisturi ou espada, facão ou machado, o revisor é verdugo e cientista, colocando no cepo os lapsos de ortografia, o excesso das redundâncias, os desajustes de pontuação. Como se vê, o revisor vai além dos sapatos - pois ele também não quer que a mensagem claudique nem que o conjunto não seja harmônico e belo. Haverá sempre um pretexto para colocar o texto no seu contexto".