A partir de agora passarei a comentar a "Pandemia" que assola o planeta terra, entretanto olharei por um ângulo quase imperceptível por autoridades governamentais que têm o dever de proteger e cuidar das pessoas conforme prescreve nossa Carta Magna, as convenções sociais, os direitos humanos, os costumes e, sobretudo, o que seria o maior dos preceitos que a vida nos ensina: o respeito ao próximo.
O que temos escutado incessantemente são as demasiadas orientações fundamentadas em estudos ou casos concretos atuais que tentam " pacificar" a euforia e histeria que as pessoas estão tendo acerca do assunto Coronavírus. Para tal, são expedidas inúmeras orientações relacionadas a controles, isolamentos sociais, cuidados preventivos quanto ao contágio, higiene pessoal, fechamento de repartições públicas, igrejas, proibição de comércios, supressão da locomoção via transporte público, controle rígido e cerrado sobre visitas a idosos para protegê-los de qualquer forma a fim de terem sua vida preservada.
De fato, tais orientações são aparentemente e, quase que comprovadas, eficazes e oportunas no controle da pandemia. Neste momento, percebemos que os governos descobriram que a vida é de fato o maior bem que temos e que deve ser preservada a qualquer custo.
A busca pela preservação da vida se dá porque neste "grande cruzeiro" todos os povos estão embarcados, sejam eles ricos ou pobres, pretos, pardos ou brancos, Doutores ou analfabetos, Chefes de Estados ou chefes de coisa nenhuma, homens públicos ou o "coitado do tiozinho que vive no anonimato".
As "autoridades constituídas", sejam estas políticas ou profissionais da saúde (secretários de saúde) que têm planejado ações eficazes para aplicar o controle ideal que possa minimizar o impacto que esse vírus causará nos países por ele atingidos, esqueceram de "embarcar neste Cruzeiro" algumas "almas penadas..."
Almas penadas!??? Sim! elas mesmo!! Nesta "corrida protecionista pela preservação da vida humana" esqueceram delas... Estou falando dos moradores de ruas e dos viciados nas drogas e no álcool que passam 24 horas no mundo, nas "cracolândias" da vida, dormindo ao relento, comendo restos de comidas jogadas no chão... dividindo com os cães as migalhas de pão desprezadas e jogadas no chão das praças e ruas... que não têm pra onde ir... que já praticam há muito tempo o "isolamento social" imputado, compulsoriamente, pela sociedade e autoridades constituídas que desprezam essas pessoas pelo que não são... pelo que não produzem... pelos altos cargos que não ocupam... pela falta de oportunidades que nunca tiveram ou se tiveram não souberam aproveitar.
São essas para mim as "almas penadas" que "no toque de recolher" determinando que as pessoas fiquem dentro de suas casas, bem como no "isolamento social" tão falados, não terão pra onde ir... Essas pessoas ficarão entregues à própria sorte... ao Deus-dará... seguindo o rumo contrário a direção do soprar do vento... Elas são verdadeiros "zumbis" que já estão "mortos" para a sociedade e só aguardam o findar do suspiro dado por Deus, seja este provocado por um vírus letal e calamitoso ou um tiro, uma facada, uma paulada ou outra "cólera qualquer"... coitados desses "nossos irmãos" foram esquecidos por todos nós... não embarcarão no "cruzeiro"! Servirão apenas para "engrossar" os números das estatísticas da letalidade ocasionada pela pandemia do momento...
Quem sabe, algum dia, em outra oportunidade, se esses pequenos irmãos sobreviverem a esse surto, oxalá possam adquirir um "bilhete" de acesso ao "Cruzeiro" e sentarem na mesma mesa que nós...
Daniel Santos de Souza
Bacharel em Direito, residente
na cidade de Cuiabá-MT
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