Raimundo Primeiro
O padre e cantor Antônio Maria fará show no Parque Lourenço Vieira da Silva, na 51ª Exposição-Feira Agropecuária de Imperatriz (Expoimp). Sua apresentação acontece nesta terça-feira, 9 de julho, dentro da programação da "Noite Católica", realizada pela Diocese local. O evento é esperado com muita expectativa pela comunidade católica da cidade e região.
Filho de imigrantes portugueses, padre Antônio Maria nasceu em 17 de agosto de 1945, em Magalhães Bastos (Rio de Janeiro). Seus pais, Francisco e Mavilia, tiveram, além do Toninho, como o religioso é conhecido, mais um filho, o Eduardo, e uma filha, Carmelina.
Foi em 25 de setembro de 1976, na Igreja Matriz de Jaraguá (São Paulo), que Antônio Maria recebeu a graça do sacerdócio pelas mãos do bispo chileno Dom Francisco José Cox. Era a realização de seu maior sonho. Sonho que, só a partir dos 16 anos, começou a sonhar.
A partir desse dia, passou a chamar-se padre Antônio Maria. O nome da Mãe de Jesus acrescentado ao seu nome de batismo, era um sinal de sua gratidão a Mãe Santíssima e, também, um testemunho do seu amor filial por ela. Durante a cerimônia de ordenação, o bispo pediu ao neo-sacerdote que cantasse um canto para a Virgem Maria. Antônio cantou e viu nesse pedido do bispo, o sinal de Deus.
"Eu acabava de fazer a vontade de Deus, que abracei com todo o meu amor, a partir da decisão de ir para o seminário, em 1961. Antes disso, eu só sonhava em ser cantor. Deus sonhou comigo padre, mas sendo eu padre, Ele me fez também cantor. Cantor dele. Nunca mais deixei de cantar, mas consciente de que meu canto, agora, era meu jeito de evangelizar",
Antônio, que estudava no Ginásio Rosa da Fonseca, na Vila Militar, Rio de Janeiro, continuou seus estudos com os padres palotinos, em Vale Vêneto, perto de Santa Maria (Rio Grande do Sul). Seu pároco, sendo palotino, levou-o para o mesmo seminário onde havia estudado. Ali, Antônio conheceu o Movimeto de Schoenstatt, fundado por um palotino alemão, padre José Kentenich, e ficou encantado com aquela espiritualidade. Consagrou-se a Mãe e Rainha Três Vezes Admirável.
Em 1967, Antônio deixou o Seminário Palotino para ingressar no Instituto dos Padres de Schoenstatt, fundado recentemente pelo padre Kentenich. Os superiores de então, levaram o jovem para a Alemanha. Lá, conheceu o fundador e começou seus estudos de alemão. Fez o noviciado em Schoenstatt e cursou Filosofia e Teologia na Universidade de Muester, na Westphalia.
Ao todo, foram 8 anos passados em terras germânicas. Concluídos os estudos, Antônio foi ordenado diácono em Muenster e voltou ao Brasil para um prático como diácono, na Paróquia de Jaraguá. Após sua ordenação sacerdotal, padre Antônio Maria foi enviado para Portugal. Trabalhou na Paróquia da Gafanha da Nazaré, Diocese de Aveiro, por quatro anos.
"Foi um tempo lindo. Além de estar na terra de meus pais, vivenciei um povo muito religioso, Mariano e com o coração muito cheio de carinho pelos brasileiros. Foi um tempo de graça. Como foi bom poder viver na terra que recebeu a visita da Virgem Mãe, a Senhora de Fátima. Como me fazia bem ir a Fátima com frequência e mergulhar naquele mar do amor a Maria", diz.
Voltando para o Brasil, em maio de 1981, antes ao passar por Roma (Itália), padre Antônio Maria teve a graça de conhecer pessoalmente o Papa João Paulo II. Nessa ocasião, um mês antes do atentado de 13 de maio, ele concelebrou com o Papa, na capela privada do Pontífice, e, ao conversar com ele depois, recebeu dele palavras de incentivo à missão de evangelizar pelo canto. No decorrer de sua caminhada, o religioso teve outras oportunidades de receber a bênção do Papa.
A última foi no ano santo de 2000, quando João Paulo II coroou o Menino Jesus da imagem da Mãe Peregrina que o padre Antônio Maria levava consigo. Anteriormente, numa outra ocasião, ele cantou para o Papa, numa cerimônia, em Roma (Itália). "Foram momentos de céu que Deus me concedeu por pura misericórdia". No Brasil, de novo em Jaraguá, padre Antônio Maria exerceu a função de reitor do Santuário da Mãe de Schoenstatt, por quatro anos. Após esse período, foi, por cinco anos, pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Jaraguá. Terminada essa etapa, foi liberado pelos superiores para evangelizar pelo canto por todo o Brasil e em outros países.
A partir de 1981, como reitor do Santuário, padre Antônio Maria dedicou muito de sua vida ao trabalho social com crianças, na Creche Mãe e Rainha. Depois, construiu e fundou o Centro Educacional Catarina Kentenich, onde pode ajudar por muitos anos na criação de muitas crianças órfãs. Em 2000, fundou também uma comunidade religiosa feminina, as Filhas de Maria Servas dos Pequeninos, para ajudá-lo no serviço aos pequenos carentes e aos sacerdotes.
Em 2009, para melhor dedicar-se a essa obra e a Obra do Novo Caminho, fundada por ele, em prol das crianças carentes, padre Antônio Maria desligou-se do Instituto dos Padres de Schoenstatt e ingressou na Diocese de Nazaré da Mata (Pernambuco), sob os cuidados do bispo, Dom Frei Severino Batista de França. Seu bispo, compreendendo a missão do padre Antônio Maria, o enviou como missionário, em nome da Diocese, para evangelizar pelo Brasil, através do canto e dos meios de comunicações. O religioso reside no Mosteiro Ain Karim, por ele fundado, na cidade de Jacareí (São Paulo). (Com informações da assessoria)
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