Desde que foi instituída a Lei 10.639/03, o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana foi incorporado na Lei de Diretrizes Básicas da Educação e passou a ser obrigatório em todos os níveis de ensino. A medida tem como objetivo valorizar e fortalecer a identidade negra no Brasil e combater a disseminação do preconceito racial em nossa sociedade.
Em Imperatriz, a parceria do CCN “Negro Cosme” com o poder público municipal tem garantido a implementação dessa lei através de um viés transdisciplinar. O projeto “Cultura Afro: Ressignificar para valorizar” propõe atividades artísticas nas mais diversas linguagens nas escolas públicas de Imperatriz. “São atividades nas mais diversas linguagens, como o teatro, a música, as artes-plásticas e cinema”, afirmou Eró Cunha, integrante da coordenação do projeto.
Parte da primeira etapa do projeto, o Festival de Interpretação de Música Negra premiará as melhores interpretações de músicas de influência africana, de compositores negros, ou músicas que tenham como tema a cultura, identidade ou luta afro. Treze músicas passaram das eliminatórias nas escolas e participaram para pré-seleção de um júri técnico. “A proposta é trabalhar na perspectiva da inclusão, o mais importante é a participação do estudante”, informou Doralice Mota, coordenadora do projeto, que completou: “Nessa segunda edição percebemos o aumento no número e na qualidade das músicas compostas e escolhidas para a interpretação, que estão cada vez mais engajadas e conscientes”.
Para Lucena Filho, presidente da FCI, o projeto é de extrema importância e vem de encontro ao compromisso da prefeitura em relação à educação, à cultura e ao combate ao racismo e à discriminação. “O município, através da Secretaria de Educação e da Fundação Cultural, está disponibilizando recursos materiais e humanos para colaborar com este projeto de natureza pedagógica e que colabora com discussões e debates muito pertinentes para nossa sociedade”, finalizou.
A final do II Festival de Interpretação de Música Negra acontece hoje, às 18h30, e é a última atividade no Paço do Zuzinha antes da reforma do prédio da Fundação Cultural, localizado na esquina da Rua Simplício Moreira com a Luís Domingues.