Wlisses Pereira Sousa*

Há pessoas que, pelos exemplos que deixam, tornam-se eternas. Num mundo onde a honestidade e o altruísmo são cada vez menos cultuados, onde a honradez e a decência são cada vez menos enaltecidas, pessoas assim transformam-se em referências de seriedade, em símbolos de retidão.
O Dr. Armindo Nascimento Reis Neto, cujo trágico falecimento faz agora um ano, transformou-se, pelas inúmeras virtudes que tinha, numa referência de integridade moral, num símbolo de grandeza intelectual.
Quem com ele conviveu, quem dele ouviu conselhos, quem privou de sua amizade sadia e desinteressada, sabe perfeitamente do que estou falando. Tive a felicidade de conhecê-lo, de ser seu amigo,ele que tanto me incentivou a jamais me desviar, um mero milímetro que seja, dos caminhos do Direito e da Justiça. Fora dos meandros do Direito e da Justiça, dizia sempre o Dr. Armindo, a Advocacia perde sua auréola de sacralidade, perde sua verdadeira razão de ser e o advogado, de quem asociedade exige conduta ilibada, termina se tornando um patrono de malfeitores, um lacaio a serviço da infâmia.
A vida, alertava o Dr. Armindo, deve ser uma contínua consagração ao belo, à felicidade, à alegria. Daí a razão, por sinal, de jamais ter sido visto entrando nos Fóruns por onde passou com o semblante fechado ou com ar de aborrecimento.
Ele morreu, mas o seu exemplo não. Ele se foi, mas o seu legado segue incólume. Ele já não está entre nós, mas a sua lembrança não morrerá jamais!
Encerro esse artigo, dedicado à memória desse extraordinário Juiz que foi o Dr. Armindo Nascimento Reis Neto, com estes versos de Fernando Pessoa:
    “O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
    Mas na intensidade com que acontecem.
    Por isso existem momentos inesquecíveis,
    Coisas inexplicáveis,
    E pessoas incomparáveis.”
    Advogado*