Materiais de construção no cemitério Campo da Saudade
Maria Alice é uma das responsáveis pela limpeza

Dois de novembro, o Dia de Finados, é a data escolhida para homenagens aos que partiram. Flores, velas, coroas decorativas com pétalas artificiais ou naturais. Cultos, missas e outras manifestações religiosas são comuns dentro dos cemitérios de Imperatriz. Porém, nas semanas que antecedem, a movimentação é de muita gente trabalhando.
Baldes com água, outros com tinta. Pincel e bisnagas que produzem tonalidades variadas. Sacos de cimento, cerâmicas, tijolos, pás, ciscadores, enxadas e mãos à obra. Até tijolos, seixo é possível encontrar dentro dos cemitérios. Do material citado por último, parte é de clientes que encomendam reformas de túmulos, outra são usadas para a construção de sepulturas.
No cemitério Campo da Saudade encontramos Maria Alice. Há 15 anos ela contribui com a renda da família por meio do trabalho que realiza diariamente a partir das 5h. “Às vezes chego até 4h, quando tenho mais serviço”, comenta.
Ela é apenas uma das quase 30 pessoas que ganham para limpar túmulos, cuidar de canteiros, lavar túmulos decorados com cerâmicas em um dos maiores cemitérios da cidade, localizado no bairro Santa Inês. “Tem serviço o ano inteiro, mas quando chega perto do Dia de Finados, pode se preparar”, comenta.
Quando interrogada sobre a quantidade de túmulos que ficou encarregada de limpar nos próximos dias, Maria Alice ficou sem jeito, por não lembrar, mas garantiu: “Sei quais são todos eles. Até o dia vou estar cuidando direitinho, como foi encomendado”. Maria afirma que nos últimos dias aumentou no cemitério a presença de pessoas que fazem o mesmo trabalho apenas nesta época do ano.
O preparo dos cemitérios de Imperatriz não fica somente nas mãos de pessoas como Maria Alice. As equipes de limpeza do Município estão divididas entre seis cemitérios. O agente de limpeza pública Antônio Josiel conta que há mais de 20 dias “nos deram a missão de deixar tudo limpo e organizado para o Dia de Finados, e estamos concluindo. Passamos o dia retirando mato, folhas, limpando e pintando meios-fios e depois os muros. Vai ficar tudo certo”. (Hemerson Pinto)