Meu interesse por programa eleitoral na TV quase sempre esteve voltado para o ar norcense dos candidatos e suas propostas não raras ocas de sentido (ou inviáveis de serem implementadas), além da riqueza de candidatos com nomes pitorescos. Mas o momento de crise econômica e da descrença geral nos políticos por que passa o País, requer que esperemos desta eleição mais que um desfilar de candidatos num palco de teatro aonde se encena uma ópera bufa. No fundo, no fundo não há nada de engraçado nisso. É triste e preocupante.

Do que tenho visto nos programas eleitorais dos candidatos a Presidente do País, parece que somente Henrique Meirelles e Ciro Gomes têm noção exata do que fariam se fossem eleitos (uns outros, como Cabo Darciôlo, Boulos, Eymael e Marina Silva até acham que sabem o que fariam se eleitos, mas parece que estão "em outra dimensão" e a população percebe isso). O que preocupa mesmo são as propostas (ou a ausência delas) dos 2 candidatos que despontam na preferência (e também na rejeição) do eleitorado: Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Isso, claro, nem importando muito, dado o clima de Fla x Flu (ou DIREITA versus ESQUERDA) que se observa, principalmente nas redes sociais.

Haddad apresenta o óbvio, maneteado que é pelos cardeais de seu partido. Qual seja: mais do mesmo do projeto de poder do PT. Via tutela estatal da sociedade, ampliação do assistencialismo como política social e aparelhamento do Estado e de suas instituições. Difícil uma gestão assim lograr êxito na atual conjuntura, haja vista que a grana acabou e o governo Federal não tem mais como financiar seu déficit corrente e continuar, Ad Eternum, gastando mais que arrecada.

Bolsonaro? Tem discurso de quem vai casar com uma antiga paixão que vem de vários relacionamentos falidos. Muitos torcem que deem certos, uma multidão jura que no momento são incompatíveis. Ocorre que, no caso, a noiva traz consigo uma "penca de filhos" que ele odeia. Vai perder um tempo enorme falando mal dos "ex" dela e exigindo respeito desses filhos (não esqueçamos de pôr o novo congresso, formado por um museu de novidades, nesse rol de enteados).

Quem viver verá (inclusive que estas minhas opiniões possam estar equivocadas).

Cândido Madeira é Economista e Auditor do TCE-MA