* Roberto Wagner

Engana-se quem pensa ser tarefa fácil, para quem se elege, montar a equipe de governo. Pode-se até dizer que, levando-se em conta a reduzida quantidade de postos a ocupar e o considerável número de pretendentes, constitui encargo, na maioria das vezes, tão desafiador e desgastante quanto a própria eleição em si, já que, como a conta não fecha, a choradeira e os queixumes dos que ficarão de fora serão ouvidos por um bom tempo. É e sempre será assim, conquanto, numa situação dessa, não seja possível contentar nem agradar a todos.
Pelos nomes até aqui citados,  pessoas sérias, maduras, experientes, avessas a exibicionismos, embora não tenha visto o prefeito eleito confirmar, de viva voz, qualquer um deles, já se pode afirmar que o seu governo terá a marca do conservadorismo.
Convenhamos: nesses tempos de perplexidades e incertezas em que o País se acha mergulhado, onde, pelo andar da carruagem, não se sabe quais pedras estarão, amanhã, no tabuleiro, ter uma equipe com esse perfil sinaliza, no mínimo, que o gestor eleito, em tudo o que for fazer, dará absoluta prioridade à sensatez, ao equilíbrio, à ponderação.
Afinal, e ele certamente tem plena consciência da dimensão desse fato histórico, será o primeiro prefeito de Imperatriz, em muitos anos, que exercerá o mandato com a família Sarney praticamente sem poder, ou com este dramaticamente reduzido, a despeito de não se poder dizer que o autor de “O Dono do Mar” já seja carta fora do baralho.
Os embates políticos contam, agora, com novos protagonistas. Páginas de nossa história estão sendo viradas. Há, enfim, coisas novas no front. O prefeito que acaba de se eleger e o atual governador, não obstante as diferenças, inclusive de estilo, que os separam, têm, em comum, o fato de serem jovens, ou, vá lá, relativamente jovens.
O governador, na pior das hipóteses, almeja ficar mais quatro anos no cargo e, sejamos sinceros, tem procurado, com a sua boa gestão, fazer por onde isso venha ocorrer. O prefeito recém-eleito há de também desejar dois mandatos consecutivos.
Depois, caso tenha tido bom desempenho, sonhará com coisa maior. Pela crescente importância dessa que carinhosamente é chamada de “Terra do Frei”, não será nenhuma surpresa se, lá na frente, vier até a sonhar com o lugar hoje ocupado pelo governador. Por quê não?
As grandes lideranças locais ou já não estão mais aqui, ou vivem seu outono. Carlos Amorim, Renato Moreira, Fiquene e Davi já se foram. Ildon, Madeira e Jomar ainda terão ânimo para novas disputas? É pouco provável. A hora, portanto, é das lideranças que surgiram de uma década para cá. Que a sorte e a felicidade acompanhem o povo de Imperatriz nessa nova fase de nossa história política. Até a próxima.

Advogado*