Cemitérios devem receber milhares de pessoas no Dia de Finados
Cruzeiro, onde velas são oferecidas às almas, danificado por ação marginal

Hemerson Pinto

Os números não são contabilizados, mas a administração dos cemitérios públicos de Imperatriz afirma que 2014 pode ter superado anos anteriores no total de sepultamentos, principalmente de jovens. A informação que assustas uns, não é surpresa para outros.
"Eu não duvido e não fico admirada. A cidade cresce a cada ano, aumenta população, e só o que ouvimos falar é em assassinatos, acidentes com mortes, sem falar da quantidade de pessoas que morrem por causas naturais. Penso que já é necessária a criação de outros campos para sepultamento", comenta a estudante Maria Rita.
Segundo a administração dos cemitérios públicos, Imperatriz tem oito cemitérios administrados pelo Município. Dois estão localizados fora da sede, sendo um no povoado Coquelândia (Estrada do Arroz) e outro no povoado Lagoa Verde.
Na zona urbana, os locais destinados a sepultamentos são: cemitério São João Batista (o mais antigo), no bairro Nova Imperatriz; Campo da Saudade, no bairro Santa Inês; Jardim das Rosas, Vilinha; Jardim Betânia, Vila Fiquene; Parque dos Anjos, Vila Cafeteira; e cemitério do Bom Jesus, bairro Bom Jesus.
Todos são administrados pelo poder público municipal, sob responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura, que mantém um escritório no cemitério Campo da Saudade, onde são guardados arquivos com informações de milhares de pessoas sepultadas em Imperatriz. Os dados são relacionados a sepultamentos ocorridos entre os anos de 1988 e 1990, entre 1993 e 1997, e de 2001 até os dias de hoje.
Antes de 1988, nos anos de 1991, 1992, 1998, 1999 e 2000, os dados, ou não foram arquivados, foram extraviados, ou foram consumidos pelo tempo. Só o cemitério Campo da Saudade reúne cerca de 30 mil túmulos.
Em muitas sepulturas, como também é comum no cemitério São João Batista, o primeiro da cidade, existem restos mortais de até três pessoas de uma mesma família. Sepultamentos que aconteceram com prazo de cinco ou mais anos de um para outro.
Além dos cemitérios públicos, a cidade tem um cemitério exclusivo da família Cortez Moreira, localizado no bairro Nova Imperatriz. No cemitério Jardim das Rosas, uma área foi transformada em cemitério particular.
A população muçulmana residente em Imperatriz inaugurou uma área, que segundo a administração dos cemitérios da cidade, mede aproximadamente 30 x 30. O espaço localizado no cemitério Bom Jesus é um dos poucos no Brasil, e atualmente é ocupado por um túmulo.

Vândalos
Usuários de entorpecentes que frequentam os cemitérios da cidade continuam provocando medo em quem trabalha ou visita os campos de sepultamentos. "Eles vivem caminhando entre os túmulos, usando droga, e com isso todos ficam assustados", afirma o administrador de cemitérios do Município, Valdeci Marques.
A presença de vândalos dentro dos cemitérios de Imperatriz pode ser notada até mesmo durante o dia. "Eu trabalho há mais de dez anos cuidando de túmulos e de algum tempo para cá já deixei de fazer meu serviço por causa deles, que vivem usando droga aqui dentro, quebrando sepulturas e assaltando que vem visitar os entes queridos", afirma uma mulher que trabalha no cemitério São João Batista e preferiu não se identificar.