Domingos Cezar
Encerra ao meio dia desta sexta-feira (30), no New Anápolis Hotel, em Imperatriz, a primeira de uma série da Oficina de Formação de Multiplicadores contra o Trabalho Escravo. Promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG, Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Maranhão – FETAEMA e Organização Internacional do Trabalho – OIT, a Oficina capacitou 30 dirigentes sindicais de oito polos regionais do estado.
Durante esses quatro dias de curso, os participantes receberam todas as informações dentro da metodologia, “O que é escravo”, com apresentação do vídeo “Aprisionados por promessas”; Elementos do cerceamento da liberdade, Elementos do Trabalho em condições degradantes, Jornada exaustiva – o caso da cana, e assistiram a reportagem do Globo Rural: Trabalho escravo em Minas Gerais.
No segundo dia da programação, os participantes aprenderam sobre “Quem são os trabalhadores escravizados”, “Aliciamento, o gato e o papel do sindicato”, “O que causa o trabalho escravo – A fronteira agrícola amazônica”, “A repressão ao trabalho escravo – A importância da denúncia – O sindicato tem recolhido denúncias de trabalho escravo?”, “O papel do sindicato”, “Diagnóstico: parcerias”.
A programação desta sexta-feira (30) inicia com “A fiscalização – vídeo Frente de Trabalho”. Na segunda parte, “Fechamento do ciclo do trabalho escravo – Por que os trabalhadores retornam à mesma situação?” e “Como quebrar o ciclo do trabalho escravo”, trabalho em grupo, finalizando com um Plano de ação e os encaminhamentos que se fazem necessários, de acordo com a coordenação e participantes.
Perfil dos trabalhadores escravizados
Os 30 participantes conheceram o que as entidades promotoras da Oficina entendem como trabalhadores escravizados: homens e mulheres que não frequentaram a escola; que não possuem terras ou não encontram as condições adequadas para nela produzir, razão porque precisam sair em busca de trabalho em outros estados ou em outras regiões.
Destes, 95,3% são homens, pelas características do trabalho para o qual são contratados. As mulheres libertadas normalmente desempenham atividades relacionadas à sustentação dos trabalhadores nas frentes de trabalho, como cozinheiras, por exemplo. 68,6% têm entre 18 e 34 anos, ou seja, são jovens e estão no auge da sua força física para desempenhar trabalhos pesados.
Os números apontam, ainda, que 25% destas pessoas nasceram no Maranhão, estado onde 13% da população vivem abaixo da linha de pobreza e 73,7% não concluíram o 5º ano do Ensino Fundamental, e 35,3% sequer frequentaram a escola. “Sem estudo, certamente têm menos chances de conseguir trabalho e de conhecer seus direitos”, afirma a educadora Carolina Falcão Motoki.
Para a secretária dos Assalariados Rurais, da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Maranhão – FETAEMA, Ana Maria de Oliveira, a Oficina de Formação alcançou os objetivos desejados. Da mesma forma pensa o advogado Genner Marinho, que integrou o grupo da região tocantina. Para Marinho, os multiplicadores voltam devidamente capacitados para combater o trabalho escravo em suas regiões.
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