Rosinaldo Martins

O último dia 05 de agosto foi um dia muito especial e também de muitas lembranças. Trata-se do dia em que completou 36 anos que eu pisei pela primeira vez neste abençoado solo tocantino. Confesso que naquela época fui invadido por uma grande emoção e, ao mesmo tempo, muita coisa se passou na minha cabeça, e agora? Mas logo me tranquilizei, porque vir para Imperatriz foi uma bênção que recebi de Deus, pois morar nesta cidade que tanto amo, que é composta de um povo trabalhador, hospitaleiro, receptivo e dotado de muita generosidade, considero como um grande privilégio.
Tenho ainda na memória aquele 05 de agosto de 1977, quando aqui cheguei, com a mala cheia de sonhos, que foram se tornando realidade a cada dia, a cada mês, a cada ano. Vim para uma missão muito nobre, que era prestar serviço ao nosso glorioso EXÉRCITO BRASILEIRO, como oficial de suas fileiras. Confesso que até hoje ainda sinto uma enorme alegria e muito orgulho de ter servido a uma instituição de tamanha grandeza e até aproveito a oportunidade para agradecer o muito que aprendi nesta valorosa escola e o quanto ela me projetou nesta sociedade e o quanto ela foi a importante na formação do meu caráter, bem como no meu aperfeiçoamento como cidadão.
Considero-me um homem de muita sorte por ter aportado em uma cidade que me deu tudo, se não vejamos: aqui fiz grandes amigos como Chico Brasil, homem bom e de coração grande, um verdadeiro irmão; o proprietário deste noticioso, meu amigo Sergio Godinho, homem de conduta irrepreensível, por quem tenho grande admiração, e de quebra, ainda ganhei de presente um afilhado, seu filho, que me escolheu para ser seu padrinho. Que honra! Aqui participei de todas as comemorações que pude ir, me diverti muito, em bailes, batizados, casamentos e outras comemorações e foram tantas que ainda estão muito vivas na minha memória, parece que foi ontem. Ah! Me lembrei agora das memoráveis partidas de futebol das quais participei, dos muitos gols que fiz, e foram muitos (fiz até golaços; se não acreditarem, perguntem a alguns de meus parceiros como Chico Brasil, Absair, Helinho Econtal, Rômulo e outros). Aqui conquistei o maior patrimônio que um homem pode conseguir: uma Família. Formada por uma linda e verdadeira mulher, minha esposa JESUS, com quem me casei em 1980, e pra minha felicidade me acompanha até hoje, minha "FORTALEZA", juntamente com meus filhos Rafael, Juliana e Priscila, meus tesouros, pessoas por quem tenho grande amor, respeito e admiração, não só por serem meus filhos, mas porque são seres humanos extraordinários. E hoje a minha família já se ampliou com a chegada da Cristhiane, esposa do meu filho Rafael, e do Camilo, marido da minha filha Juliana, pessoas especiais e queridas que se somam às encantadoras Rafaela e Beatriz, nossas lindas e adoráveis netas. Vou parar um pouco, a emoção tomou conta mim.
Aqui, tive oportunidade de exercer várias atividades que realizei com todo empenho, dedicação e zelo. Também me lembro que, ao chegar a esta terra, me deparei com algo que me chamou muita atenção, era a presença de gente de todo o Brasil, que aqui chegava em grande quantidade, em busca de oportunidade, considerando que Imperatriz já despontava no cenário nacional como um dos novos Eldorados deste País. Nesta época, vivíamos o ciclo da madeira para, em seguida, começarmos a viver um outro ciclo, que foi o do ouro de Serra Pelada, que trouxe  muito desenvolvimento, mas também muitas desgraças, uma vez que muitos dos homens desta cidade perderam não só as suas casas, mas perderam também as suas fazendas, os seus comércios ou, o que foi pior, muitos perderam as suas famílias. Na sequência, Imperatriz passou por um período de vacas magras, que perdurou até o final dos anos noventa, mas felizmente essa maré de estagnação passou, e pra nossa felicidade chegou uma nova "indústria", esta sim robusta, vigorosa e capaz de solidificar de vez a liderança desta cidade, como a principal mola propulsora de progresso desta região. A nossa tão querida Região Tocantina.
Com a chegada desta nova indústria, que é a Educação, Imperatriz firmou-se, definitivamente, como uma das mais importantes cidades deste País. Na esteira desta nova indústria, veio uma outra que é a construção civil, que tem contribuído sobremaneira para o nosso  desenvolvimento, pois além do emprego, ela traz no seu bojo modernidade, beleza, novos desenhos arquitetônicos, enfim, ela muda em muitos aspectos a configuração urbana de qualquer metrópole (pois assim é que eu considero esta majestosa IMPERATRIZ, uma grande metrópole). E hoje, pra nossa alegria, estão chegando novos empreendimentos, grandes investimentos. A construção do nosso tão sonhado distrito industrial já é realidade. Apesar de modesto e pouco aproveitado, já funciona. A construção civil se verticalizou, condomínios de luxo estão surgindo, novos shopping centers se estabeleceram e outras novidades chegam a cada dia. Neste momento, a nossa expectativa é grande com relação à chegada do curso de Medicina, que segundo informações tem o seu vestibular previsto  para o início do próximo ano. Como se vê, acho que fui muito feliz em ter optado em morar nesta terra, e confesso que surgiram muitas oportunidades de retornar a minha terra natal, Belém do Pará. E este retorno aconteceu, depois de 30 anos. Era o ano de 2007, recebi uma proposta tentadora para gerenciar uma concessionária de veículos e fui, mas sem perder o contato um dia sequer com esta querida cidade, uma vez que deixei uma casa montada e dois filhos, que continuaram morando aqui. Em que pese ter retornado para o seio da minha família, pra minha terra natal, eu não era feliz, a saudade era muito grande, as soluções para pequenos problemas eram difíceis, eu sentia muita falta dos cumprimentos, dos acenos, dos sorrisos, dos abraços dos meus amigos, de gritarem o meu nome no meio da rua, do carinho desse povo, que tanto gosto, enfim foram dias que não deixaram saudades, apesar de estar ao lado da minha mãe e de alguns irmãos. Essa mudança serviu para uma constatação, de aqui é o meu lugar. E eu voltei, um ano e meio depois dessa movimentação. Este retorno deu-se em fevereiro de 2009 e foi a melhor coisa que fiz, voltei a ser feliz ao lado dos meus amigos, de curtir as coisas que me fazem bem, de receber os abraços de que tanto gosto, enfim estou em casa. Aqui acompanhei várias administrações, sendo que muitas delas não deixaram nenhuma saudade, muito menos algum legado que pudesse registrar suas passagens na condução deste município, outros deixaram marcas muito pequenas, quase que imperceptíveis, incompatíveis com a pujança e a grandeza desta Cidade, vi também muito descaso do Governo do Estado (e foi muito) e muitas vezes posso até afirmar, sem medo de errar, que fomos abandonados literalmente a nossa própria sorte, mas para a nossa felicidade, esta querida Imperatriz nasceu para ser líder, pra ser grande, a despeito de todas as maldades, de todo maltrato, de toda a falta de respeito e de carinho para com uma "IMPERATRIZ".
Ao encerar esta narrativa, relatando fatos vividos ao longo destes 36 anos, considero-me um cidadão imperatrizense, com tudo que têm direito os que aqui nascem, em toda a sua plenitude, pois ao longo desta caminhada procurei dignificar esta terra, QUE ME ENCHE DE ORGULHO, contribuindo com o meu trabalho, com respeito aos que daqui são filhos e com um sentimento de gratidão absolutamente incomensurável para com esta Terra e a sua gente. OBRIGADO IMPERATRIZ, POR TUDO! OBRIGADO PELOS 36 ANOS DE MUITO CARINHO!!!!

* Rosinaldo Martins - corretor de imóveis e um apaixonado por Imperatriz