Hemerson Pinto
O prazo para entrega das cinco mil moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, dos conjuntos habitacionais Sebastião Regis e Canto da Serra, em Imperatriz, é o mês de novembro de 2015, segundo o anúncio em placas nas entradas dos dois residenciais. Porém, o ritmo lento não anima as famílias que foram contempladas e até hoje aguardam o sorteio dos endereços, sem data prevista para acontecer.
No conjunto Canto da Serra são três mil moradias sob a responsabilidade de duas construtoras. Uma delas, com 1.700 unidades para serem entregues prontas, afirma que não recebe há cerca de dois meses os recursos do Governo Federal. Assim ficou sem realizar o pagamento dos trabalhadores, que até protestos já realizaram.
Resultado: da mesma empresa já foram demitidos 29 trabalhadores. As demissões foram acompanhados pela Procuradoria do Trabalho e aconteceram com base em acordos firmados em um Termo de Ajustamento de Conduta.
Restaram 180 operários da referida empresa para continuarem o serviço correspondente às 1.700 casas. Na próxima semana, outro TAC deverá ser firmado entre a empresa e a Procuradoria do Trabalho definindo acordos para a demissão de mais 109 funcionários. Ou seja apenas 71 continuaram na construção das residências, sendo que 80 casas ainda não foram levantadas.
As informações foram repassadas a nossa reportagem e confirmadas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Civil de Imperatriz. A entidade representante da classe afirma que acompanha as negociações entre empresa e trabalhadores e que outras demissões, além das 109 previstas, ainda podem acontecer.
No caso das duas mil residências do conjunto Sebastião Regis, as obras não pararam. A empresa responsável também afirma que aguarda há meses repasses do Governo Federal, mas investe recursos próprios para manter em dias os salários dos trabalhadores e não vê as construções ficarem ‘no meio do caminho’.
Nas ruas do conjunto já é possível observar ruas recebendo os primeiros sinais da chegada de camada asfáltica, casas praticamente prontas (faltando apenas alguns detalhes) e residências que já receberam forro em PVC, cerâmica e pintura. Um bom sinal. Mas a entrega no prazo poderá ser comprometida diante da lentidão das obras do Canto da Serra, logo ao lado.
Segundo alguns funcionários das duas empresas que insistem em manter as obras usando fontes próprias enquanto não recebe do governo, é comum ver pessoas que foram sorteadas no programa andando nas proximidades dos conjuntos, observando o andamento das edificações.
O município, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, afirma que acompanha de perto o impasse entre as empresas responsáveis pelas obras e o Governo Federal.
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